24 de dezembro de 2014

JESUS: ÍCONE RELIGIOSO, FICÇÃO OU ALGUÉM REAL?

Todos os anos a cena se repete: durante o final do ano as casas ficam iluminadas, o comércio faz promoções bombardeando as pessoas a presentearem amigos e parentes para demonstrar o “carinho e amor”; as lojas e shoppings fazem ornamentações cheias de árvores de Natal, homens vestem-se de Papai Noel para alegrar as crianças com balas e doces e em alguns lugares encontramos presépios que retratam uma ideia vaga que um dia, num lugar muito distante, nasceu uma criança com uma mensagem de esperança e paz e que alguns homens foram guiados até esse lugar por uma estrela misteriosa.

Gilson Souto Maior Junior,
 Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Entretanto, parece-nos que não há muito significado nisso, pois as pessoas geralmente valorizam mais a festa do que o motivo real, os presentes e a confraternização do que Aquele que motivou todas as coisas e que é o maior presente dado à humanidade. Misturam-se ideias desconexas de modo que o Natal tornou-se mais comercial – com implicações econômicas intensas para o país – do que algo que nos faça refletir sobre o amor de Deus pela humanidade.
Quem é Jesus? Talvez para alguns seja alguém no mínimo mítico, uma invenção de mentes geniais que criaram um ícone em cima de alguém real e que hoje ninguém mais sabe quem é. Entretanto, essa busca é algo em vão, pois o Jesus mítico não existe. Negar a historicidade de Jesus é algo absurdo, pois as fontes extrabíblicas confirmam Sua pessoa e influência. Públio Cornélio Tácito (55-120 d.C.), historiador romano e governador da Ásia, genro de Júlio Agrícola, que foi governador da Bretanha (80-84 d.C.), ao escrever sobre o reinado de Nero (54-68 d.C.) refere-se à morte de Cristo e a existência de cristãos em Roma: “Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à morte por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério [...]” (Anais XV.44). A falta de espaço aqui não nos permite citar Flávio Josefo (37-100 d.C.), Luciano de Samosata (125-180 d.C.), Suetônio (70-130 d.C.), Plínio, o jovem (61-112 d.C.), Talo de Samaria (52 d.C.), Sexto Júlio Africano (século II d.C.), enfim, vários textos antigos que atestam a historicidade de Jesus e que o mostram como um personagem histórico, não mítico.
Quem é Jesus? Para alguns Ele foi uma pessoa que veio para servir de um exemplo moral aos homens, um “espírito iluminado” que não foi compreendido pelos homens de sua época. Se essa é a sua visão sobre Ele, infelizmente ela é incompleta e inconsistente. Quem olha para Jesus e o vê como um mero mortal, não muito diferente de outros ícones religiosos como Buda, Confúcio, Maomé ou Dalai Lama, não O compreendeu ainda. Essa visão coloca Jesus como um Nobel da Paz, um filósofo pacifista com uma mensagem de amor. Entretanto, Jesus foi além de qualquer líder religioso ou filósofo, pois Ele afirmou ser Deus e não deixou nenhuma outra opção. Essa afirmação deve ser verdadeira ou falsa; caso seja verdadeira, então Ele é o Senhor e Deus sobre tudo; mas caso seja falsa, então Ele seria ou mentiroso ou lunático.
Jesus Cristo não é um “espírito iluminado” que veio trazer uma mensagem de amor ao mundo. Ele não era um filósofo incompreendido dentro da cultura judaica, um mero profeta ou mártir. Ele definiu a Si mesmo como a revelação pessoal do Deus do Antigo Testamento: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu Sou, morrereis em vossos pecados [...] Jesus lhes respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João 8:24,58). Não foi a toa que os judeus, ao O ouvirem falar assim, desejavam apedrejá-lO, pois compreenderam que Ele estava dizendo que era o Deus revelado no Sinai a Moisés (cf. Êxodo 3:14).
Sim, há uma diferença gritante do Jesus como ícone religioso, da ficção humana e o Jesus real. Muitos vão tentar questionar os relatos do Novo Testamento, dizendo que os textos foram manipulados para favorecer a interpretação bíblica. Todavia, essa argumentação perde seu efeito com as evidências arqueológicas e históricas. O Novo Testamento possui mais de 24 mil manuscritos e atesta 98% de fidelidade textual, algo sem igual na literatura antiga. Qualquer manipulação seria facilmente notada, mas a verdade é que os textos antigos revelam Jesus como Àquele que é a promessa cumprida do Antigo Testamento, o Filho de Deus que nasceu para morrer pelos pecadores.
Se você crê apenas num ícone religioso, então Jesus será apenas uma memória barata e sem significado, um moralista, um filósofo, um pensador que é citado aqui e acolá, mas sem repercussão na vida diária. Se você crê numa ficção, então Jesus não será relevante, apenas um exemplo teórico de como a humanidade pode criar seus heróis imaginários; será mais fácil crer em Papai Noel. Para ambos os casos Jesus será apenas um bebê na manjedoura do presépio.
No entanto, quem experimenta a pessoa verdadeira de Jesus Cristo sabe muito bem o que Ele pode fazer. Ele nasceu para morrer pelos pecados e pelos pecadores, trazendo a redenção, salvação e a libertação. Ele nasceu como a Boa Notícia de Deus, como a salvação única e infalível, eterna e poderosa para transformar qualquer coração. Como nos diz João: “O amor de Deus para conosco manifestou-se no fato de Deus ter enviado seu Filho unigênito ao mundo para que vivamos por meio dele. Nisto está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1João 4:9,10).

Gilson Souto Maior Junior, Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril

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