30 de agosto de 2015

A BENDITA ESPERANÇA

Gilson Souto Maior Junior
Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Bauru - SP
A esperança move a vida e sem ela não podemos caminhar. A esperança é a disposição que nos faz levantar todos os dias e esperar que algo – geralmente algo de bom – possa acontecer. Esperança é a expectativa confiante de que dias melhores possam surgir diante das dificuldades. O que é, de fato, esperança e o que fazer quando nossa esperança foi reduzida a cinzas e nossas expectativas tornam-se obscuras e nos deixam fragilizados?
Esperança não é utopia, como se fosse algo inatingível, uma quimera. Infelizmente a grande maioria das pessoas é influenciada pelas “mensagens de autoajuda” ou por frases de efeito que muitas vezes não dizem nada. Por isso muitas pessoas se sentem frustradas e    desacreditadas, porque colocaram sua confiança e esperança em falsas bases, em promessas vazias e em pessoas indignas. É triste ver como a nossa geração perdeu a esperança e vive apenas no aqui e no agora, presa na “realidade virtual” e desconexa da verdadeira esperança que pode transformar a existência.
Embora todo o ser humano possa nutrir a esperança como um sentimento necessário à vida, sem Deus essa esperança torna-se vã, pois a tendência humana é lançar suas expectativas naquilo que não se fundamenta ou naquilo que dura um só instante. Esperança, segundo a Bíblia é uma das três colunas da fé cristã: “Portanto, agora permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor [...]” (1Coríntios 13:13). A esperança é uma virtude cristã de modo que somente quem aqueles que desfrutam da pessoa bendita de Jesus Cristo podem tê-la: “estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, estranhos às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).
Quando Jesus Cristo torna-se real em nossa vida a esperança para enfrentar a vida surge de forma completa e total. Tornar Jesus Cristo real é mais que frequentar a igreja ou achar que Ele foi um grande mestre ou sábio religioso. Jesus Cristo está além da religião, pois o ícone religioso é algo distante e indiferente, produzindo uma esperança vã. Por quê? Porque a religião, diferente do que muitos pensam não nos aproxima de Deus; quem nos aproxima de Deus é Jesus Cristo: “[...] Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6). Deus deseja que os seres humanos desenvolvam com Ele um relacionamento pessoal por meio de Seu Filho, surgindo assim à esperança verdadeira. Que esperança é essa que o cristão nutre?
É a esperança da ressurreição dos mortos. Segundo a Escritura, o cristão é um ser humano que caminha, não para a morte, mas para a vida (cf. Atos 23:6; 26:6; 1Pedro 1:3; 1João 3:3). A morte não é o abismo do nada ou do aniquilamento, não é a preparação para algum retorno a esse mundo, mas é o portão da esperança: “Todavia, irmãos, não queremos que sejais ignorantes em relação aos que já faleceram, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, também devemos crer que Deus, por meio de Jesus, vai trazer juntamente com ele os que já faleceram” (1Tessalonicenses 4:13,14).
Mas alguém poderia questionar e dizer: “Essa esperança é tão utópica quanto qualquer outra esperança humana. Como posso ter certeza disso?”. A Bíblia diz: “Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens. Mas, na verdade, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele o primeiro entre os que faleceram” (1Coríntios 15:19,20). Sim, Cristo morreu e ressuscitou verdadeiramente, da qual Ele mesmo apareceu para mais de quinhentas testemunhas (cf. 1Coríntios 15:6). Certamente isso não foi uma manipulação grupal; além disso, se a ressurreição fosse uma história inventada pelos apóstolos, por que eles morreriam por uma mentira? Quem tem com Cristo um relacionamento pessoal não espera “evoluir” nem “pagar pecados” em algum lugar depois da morte. Cristo já pagou todos os pecados e é Ele quem transforma a nossa vida, de modo que a morte é apenas a porta de entrada para a eternidade com Deus.
A esperança cristã é a esperança da justiça: “Mas nós, pelo Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça que é nossa esperança” (Gálatas 5:5). Aqui em Paulo, “justiça” ou “justificação” significa “um relacionamento certo com Deus”. Quando o ser humano considera sua relação com Deus numa dinâmica de regras que precisam ser cumpridas, ele coloca-se em falta diante de Deus, e isso sempre gera o sentimento de terror e condenação diante de Deus. A mensagem de Jesus Cristo capacita o ser humano a desenvolver um novo relacionamento com Deus, baseado na confiança de uma criança para com seu pai.
A esperança cristã é a esperança da salvação, que gera duas coisas: Primeiro, gera segurança neste mundo (cf. 2Coríntios 1:10), não no sentido de proteção da calamidade ou do perigo, mas de viver independente destes. Em Cristo podemos passar por problemas, crises e dificuldades, pois nossa esperança não está aqui, mas na pessoa de Cristo. Ele disse: “Eu vos tenho dito essas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas não vos desanimeis! Eu venci o mundo” (João 16:33).
E em segundo lugar gera segurança após a morte, pois todos haveremos de passar para a eternidade e a Bíblia é clara: “Pois é necessário que todos sejamos apresentados diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba retribuição pelo que fez por meio do corpo, de acordo com o que praticou, seja o bem, seja o mal” (2Coríntios 5:10; cf. Romanos 14:12; Hebreus 4:13; 1Pedro 4:5). Jesus Cristo não apenas nos dá segurança neste mundo, mas no vindouro também, pois nossa vida será julgada por Deus e como diz a Escritura: “Portanto, agora já não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1).

Que esperança bendita! Ela não se baseia em coisas humanas e falhas, não se baseia em expectativas humanas, partidárias, econômicas ou situacionais. O dólar pode extrapolar a barreira dos R$ 4,00, a economia pode desandar, o governo pode cair, o mundo pode entrar em guerra, as pessoas podem nos abandonar, mas Deus jamais nos deixará. Você possui essa esperança?

29 de agosto de 2015

Obrigado Patos!



Desejamos agradecer ao amigo e ao Secretário Municipal de Cultura de Patos, Wandecy Medeiros pela forma carinhosa como nos recebeu, a mim a e aos amigos Nonato Nunes e Sales Fernandes. Graças a esse grande sertanejo, jornalista, escritor e poeta, com o val da prefeita Francisca Motta, foi possível lançar o nosso livro Rádio - História e Radiojornalismo na capital do sertão.
Ficamos encantados com o tratamento que nos foi dispensado durante a nossa estada em Patos. Logo na chegada a receptividade dos amigos da FM Morada do Sol, depois da turma da Itatiunga e, em seguida, dos companheiros da pioneira, a Rádio Espinharas. Com esses amigos e os ouvintes, conversamos sobre o nosso modesto trabalho e matamos a nossa imensa saudade lembrando grandes nomes que fizeram o rádio patoense, 

Ao lado do amigo Eurides e esposa Elizabet, ex-colegas da TELPA

À noite, no Centro Cultural Amaury de Carvalho, lançamos o nosso livro, trabalho dedicado aos profissionais que fizeram o rádio de ontem e hoje, e, também, aos futuros jornalistas, que estão concluindo e cursando jornalismo e que serão responsáveis, amanhã, pelo novo rádio que está se desenhando, dia a dia, por conta das novas tecnologias. As presenças de secretários municipais, de amigos e de parentes (Sigismundo Souto Maior Júnior e esposa) e representantes do curso de jornalismo da FIP, nos deixaram felizes e tremendamente agradecidos.
No final, ainda recebemos de presente, cinco livros do amigo secretário Wandecy Medeiros, um dos maiores defensores da cultura regional. Vamos ler todos eles com muito carinho e, desde já, sabemos, perfeitamente, que iremos nos deliciar com obras fantásticas produzidas pelo inteligente amigo. Wandecy é desses contistas, poetas, às vezes hilariante, espirituoso, inteligentemente e engraçado, que brinca com as palavras e com elas faz versos de uma forma fácil. Esse é um sertanejos dos bons!
Apenas, rapidamente, dei um olhada em alguns dos trabalhos recebidos e, certamente, ao ler toda essa produção, ficaremos ainda mais encantados com esse amigo que acabo de ganhar. Obrigado Wandecy! Obrigado Patos!







23 de agosto de 2015

APRENDENDO COM A CRISE


Gilson Souto Maior Junior Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Bauru-SP
E-mail: gilsonsmjr@hotmail.com
Segundo o dicionário, a nossa palavra “Crise” é uma palavra latina (crisis) derivada do grego (krísis,-eós) e significa o ato de separar, distinção, decisão, julgamento, resolução, sentença, condenação (PABON, 1967, p.356). Diferente daqueles que usam o marketing ou a autoajuda para dizer que “crise” é um momento de oportunidades, na verdade a palavra revela um julgamento e um momento de resolução diante das dificuldades. No grego clássico “krísis” aponta a decisão de um árbitro num conflito, separação, seleção, disputa (TUGGY, 1996, p. 538).
Isso significa que o momento em que estamos vivendo em nosso país representa algo muito maior do que a grande maioria das pessoas consegue compreender. Há uma crise grande no Brasil e estamos vivendo um tempo de julgamento do governo e do país. O governo mentiu sobre a realidade do país, maquiando a economia e a situação social, nutrindo por meio de uma ideologia raivosa a falsa ideia de uma luta de classes. Enquanto lançavam sobre a sociedade a ilusão e o conflito, os líderes partidários enriqueceram por meio da corrupção; falam de uma “elite branca”, mas vivem como grandes milionários, abastecidos pelo dinheiro público e o favorecimento dos “amigos do rei”.
Olhando essa crise política, econômica, social e espiritual ouço claramente a voz dos antigos profetas de Israel, principalmente o que ocorreu no reino do Norte no século VIII a.C. durante e depois do reinado de Jeroboão II (786-746 a.C.). Os arqueólogos atestam que durante o reinado de Jeroboão o reino de Israel passou por um momento de crescimento econômico, militar e social. No entanto, foi nesse período que também cresceram as injustiças sociais, a imoralidade e a corrupção. Amós, um profeta enviado por Deus, declara: “Assim diz o SENHOR: Pelas três transgressões de Israel, sim, e pela quarta, não retirarei o castigo; pois vendem o justo por prata, e o necessitado, por um par de sandálias. Esmagam a cabeça dos pobres no pó da terra, pervertem o caminho dos oprimidos; um homem e seu pai deitam-se com a mesma moça, profanando assim o meu santo nome. Também se deitam sobre roupas empenhadas junto a qualquer altar e bebem o vinho exigido como multa no templo de seu Deus” (Amós 2:6-8). Segundo o profeta, a nação toda está envolvida em injustiça social, violência, opressão, imoralidade e uma falsa religiosidade.
Noutra passagem ainda mais incisiva o profeta declara: “Por isso também vos deixei de dentes limpos em todas as vossas cidades, e falta pão em toda parte; vós, porém, não vos convertestes a mim, diz o SENHOR. Além disso, retive a vossa chuva quando ainda faltavam três meses para a colheita; e fiz com que chovesse sobre uma cidade e não chovesse sobre outra; choveu sobre um campo, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou. O povo de duas ou três cidades vagava, indo a outra cidade para beber água, mas não se saciaram; vós, porém, não vos convertestes a mim, diz o SENHOR. Castiguei as vossas muitas hortas e vinhas com pragas e ferrugem; vossas figueiras e oliveiras foram devoradas pelo gafanhoto; vós, porém, não vos convertestes a mim, diz o SENHOR” (Amós 4:6-9). O que vemos nessa passagem? A advertência de que Deus permitiu carestia, seca e a destruição das colheitas com a intenção de promover um arrependimento, mas Israel não buscou a Deus nem se arrependeu de seus pecados.
A história nos mostra que após o longo e próspero reinado de Jeroboão II (41 anos) a nação de Israel entrou num colapso social e político e em vinte e quatro anos viu a destruição de Samaria (722 a.C.) pelos exércitos assírios e a deportação de toda sua população para o exílio por ordem de Sargão II. A crise foi o julgamento de uma sociedade que perdeu seus princípios norteadores, caminhando para a destruição e o desaparecimento. O reino de Israel deixou de existir e a mistura étnica com os assírios e outros povos fez surgir os samaritanos.
O que podemos aprender num momento de crise como a que vivemos agora? Em primeiro lugar é necessário compreender que somos pecadores, falhos e que Deus nos chama a um arrependimento urgente. Existe no Brasil um tipo de “cinismo cívico”, onde a lei não é respeitada e que alguns parecem ter um tipo de “salvo-conduto” para errar e não serem punidos. A corrupção endêmica não é privilégio dos palácios de Brasília, mas infelizmente faz parte da cultura tupiniquim e que precisa ser urgentemente abandonada por todos nós. Deus nos chama ao arrependimento: “Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Odiai o mal, amai o bem e estabelecei justiça na porta. Talvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, tenha piedade do remanescente de José” (Amós 5:14,15).
Em segundo lugar é necessário continuar a pressionar nossos governantes, exigindo deles não apenas aquilo que é correto ou legal, mas principalmente o que é ético. Por exemplo, pode ser legal o salário de vereadores, deputados e senadores. A questão é: Esse salário se pauta em necessidades ou privilégios? Se exigem de nós um “sacrifício”, por que os governantes não “cortam na própria pele”? Por que pagamos melhor um vereador do que um professor? Quantos assessores parlamentares inúteis ganham mais que muitos médicos que trabalham em postos sem nenhuma condição de atender as pessoas? Pode ser legal, mas não é ético.
A crise não é uma oportunidade, mas um julgamento. Alguns vão discordar de mim, pois preferirão concordar com as palavras de efeito do marketing popular. No entanto, vejo nessa crise brasileira atual um chamado do Juiz de toda terra ao arrependimento dos seres humanos. Sim, Deus é amor, mas também é justiça. E como nos diz o rei Davi: “Deus é um juiz justo, um Deus que manifesta indignação todos os dias. Se o homem não se arrepender, Deus afiará sua espada; seu arco já está armado e pronto” (Salmos 7:11,12).



Universidade Estadual promove seminário sobre envelhecimento ativo, inclusão e qualidade de vida




A Universidade Aberta à Maturidade (UAMA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em parceria com a ONG Maturidade Cidadã e o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), promove no próximo dia 26 de agosto o seminário “Envelhecimento ativo no Semiárido brasileiro: inclusão e qualidade de vida”.

O evento acontece a partir das 14h, na sede da UAMA, instalada ao lado do Centro de Integração Acadêmica, no Câmpus de Bodocongó, e será marcado por palestras, mesas redondas e apresentações culturais. Segundo o professor Manoel Freire, o seminário pretende iniciar um processo de reflexão e iniciativas no campo da formação, capacitação e articulação, para formular políticas públicas e ações da sociedade civil direcionadas aos idosos, tomando como referência a experiência da UAMA.

A meta é difundir e socializar as ações e os resultados da UAMA, sensibilizar gestores, técnicos, pesquisadores e demais participantes para a importância de ampliar e fortalecer iniciativas na região semiárida de inclusão da pessoa idosa, através do estabelecimento de relações interinstitucionais. O evento será aberto com a mesa redonda “Alternativas para o empoderamento do idoso no Semiárido: rompendo paradigmas”, tendo como mediador o professor Manoel Freire. Em seguida, acontece a mesa “Despertando a consciência do idoso para a intervenção social”, que terá como facilitadores os professores Pedro Hamilton de Lima e Dóris Nóbrega, da ONG Maturidade Cidadã.

A Universidade Aberta à Maturidade iniciou suas atividades voltadas à formação da pessoa idosa no município de Campina Grande. Atualmente, tem ampliado sua ação com vistas a educação para o envelhecimento ativo e saudável, estando em funcionamento nos municípios de Lagoa Seca e Guarabira, com a probabilidade de expansão futura para outros municípios.


22 de agosto de 2015

Professores da Universidade Estadual colaboraram na elaboração de Guia de Livros Didáticos do MEC


Disponível on-line, o Guia de Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2016 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação (MEC), teve a colaboração efetiva de dois professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O professor de Linguística, Francisco Eduardo Vieira, do Centro de Ciências Humanas e Exatas (CCHE), Câmpus de Monteiro, atuou na avaliação das coleções e elaborando as resenhas. Já o professor Rômulo Marinho do Rêgo, do Câmpus de Campina Grande participou da equipe de avaliadores.

“Foi um processo demorado, mas estamos imensamente felizes com o resultado”, afirmou o professor Eduardo Vieira. O Guia de Livros Didáticos 2016 já está disponível para professores, diretores e coordenadores educacionais da rede pública de ensino. O material contém resenhas e informações de cada uma das obras aprovadas para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

O período para a escolha das obras é de 28 de agosto a 8 de setembro, mas a consulta do guia já pode ser feita acessando o portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento a Educação. A novidade é que serão selecionadas obras didáticas de todos os componentes curriculares dos anos iniciais do Ensino Fundamental: Letramento e Alfabetização Linguística, Alfabetização Matemática e Ciências Humanas e da Natureza (1º ao 3º ano); Ciências, História e Geografia (2º e 3º anos); Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza, História, Geografia, Ciências e Arte (4º e 5º anos), além de livros com temáticas regionais para o 4º ou 5º ano.

Neste ano, os professores podem optar pela coleção integrada de Ciências Humanas e da Natureza, que engloba os componentes de Ciências, História e Geografia, ou escolher livros específicos de cada uma dessas disciplinas. Caso a instituição pública não se manifeste durante o período de escolha das obras, a ela poderá será encaminhado, indistintamente, um dos títulos aprovados de cada componente curricular.

Jogos digitais
Convenção Strike GameNexus será realizada em outubro com apoio da Universidade Estadual da Paraíba

Com apoio da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), será realizado nos dias 11 e 12 de outubro, em Campina Grande a 1ª Convenção de Games Strike GameNexus. As atividades do evento serão desenvolvidas no Centro de Convenções Raymundo Asfora e devem envolver um público estimado em 1.500 pessoas. No local, um estande será montado para expor e comercializar livros publicados pela EDUEPB.

Além disso, durante a realização dos pré-eventos, o curso de Psicologia terá uma participação efetiva na Conferência, através de professores convidados para as mesas redondas e palestras, que irão explorar temas relacionados aos games.
Segundo o organizador do evento, Anderson Ribeiro, a parceria da UEPB será fundamental para que as metas sejam alcançadas. Ele ressaltou que o evento vai procurar inserir elementos da cultura nordestina nos jogos. A proposta é expandir o cenário dos games e fortalecer essa atividade através de segmentos culturais, como a música, a dança, o teatro e o cinema.


A convenção contará com palestras, mesas redondas com estudiosos da área e com desenvolvedores e exposições. “Estamos trazendo o Cellbits, teremos uma exposição de videogames, torneios de jogos digitais, concurso cosplay e diversas atrações que, com certeza, vão despertar curiosidade aos visitantes”, ressaltou Anderson.

21 de agosto de 2015

Alunos de Escolas Públicas e Particulares poderão fazer um curso gratuito preparatório para o ENEM

O curso será online e realizado entre os dias 07 de setembro a 30 de outubro 

Para quem pretende realizar a prova do Enem 2015, que acontecerá nos dias 24 e 25 de outubro, o grupo Ser Educacional, através de suas instituições, realizará um curso preparatório para o exame. A capacitação é online e gratuita e acontece entre os dias 07 de setembro à 30 de outubro de 2015. 

Serão concedidas 2.500 bolsas para as escolas parceiras do grupo Ser Educacional com contrato previamente firmado e mais 2.500 bolsas para estudantes de outras escolas.

Para concorrer a uma vaga, o aluno interessado deverá realizar uma prova online, com 40 questões de conteúdos aleatórios e das quatro áreas de conhecimento cobradas na prova do Enem (Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias).

As inscrições para a seleção são gratuitas e devem ser realizadas através do site:http://sereducacional.viaeduca.com.br.  Lá também é possível acessar o regulamento do projeto.

Segue abaixo o Cronograma da Seleção:

Data de Inscrição será até: 28/08/2015;
Datas da prova: 29, 30 e 31/08/2015;
Resultado da Seleção: 03 e 04/09/2015;
Início das Aulas online: 07/09/2015;
Término do curso: 30/10/2015.


Vanessa Braz - Assessoria de Imprensa

Docentes da Universidade Estadual da Paraíba conquistam prêmio em congresso da USP



Um grupo de professores do curso de Contabilidade da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi premiado no 12º Congresso de Controladoria e Contabilidade da USP, ocorrido entre os dias 29 a 31 de julho de 2015, em São Paulo. O artigo “Características de Mobilização de Recursos: Um Estudo nas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) do Brasil”, de autoria das professoras da UEPB, Lúcia Silva Albuquerque, Janayna Rodrigues Morais Luz e Kallyse Priscila Soares de Oliveira, e do professor Fabiano Ferreira Batista, da UFCG, além da aluna Mércia de Lima Pereira, conquistou o primeiro lugar na área de Contabilidade Governamental e Terceiro Setor.

O artigo premiado foi fruto de uma pesquisa iniciada através do Programa Institucional de Iniciação Científica UEPB/CNPq em 2014, com a aluna Mércia de Lima Pereira, atualmente graduada em Ciências Contábeis pela UEPB, sob a orientação da professora Lúcia Silva Albuquerque, do Departamento de Contabilidade. O trabalho foi aprofundado com a colaboração dos professores Fabiano Ferreira Batista, Janayna Rodrigues de Morais Luz e Kallyse Priscila Soares de Oliveira.   

Para a professora Lúcia, a participação das professoras da UEPB no evento se constituiu em um espaço privilegiado para apresentação e discussão de conhecimentos na área de Contabilidade. “O Congresso USP tem contado com a participação de professores, pesquisadores, profissionais e alunos de todas as regiões do país e de outros países interessados na divulgação e avaliação dos seus estudos científicos”, ressaltou.

O Congresso USP de Controladoria e Contabilidade é um evento consolidado no país e se firma como um dos principais espaços para o debate das áreas de Controladoria e Contabilidade. O evento contou com apresentação de artigos e palestras com renomados professores nacionais e internacionais, com o objetivo principal de promover o intercâmbio de estudos e experiências, bem como a divulgação de ideias sobre a teoria e a prática da Controladoria e da Contabilidade, aproximando profissionais deste segmento e pesquisadores acadêmicos em momentos como apresentações de trabalhos, workshops e palestras.


O auditor e professor Francisco Leite disse que a conquista das professoras reflete a seriedade dos trabalhos desenvolvidos pelo Departamento de Contabilidade da UEPB. Ele parabenizou as professoras e o Departamento pela conquista e disse que a Universidade está no caminho certo ao aprofundar temas tão relevantes na área.

20 de agosto de 2015

UEPB em Araruna sedia etapa regional da 37ª Olimpíada Brasileira de Matemática

Pela segunda vez consecutiva, o Centro de Ciências, Tecnologia e Saúde (CCTS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado no Câmpus de Araruna, vai sediar uma etapa regional da 37ª Olimpíada de Brasileira de Matemática (OBM) - Nível Universitário.

Coordenada pelo professor Vital Araújo Barbosa de Oliveira, a olimpíada, em sua primeira etapa, acontece no dia 18 de setembro, a partir das 14h, e terá duração de quatro horas. A segunda etapa será realizada nos dias 17 e 18 de outubro. As provas serão aplicadas no Câmpus de Araruna. As inscrições para os interessados em participar da Olimpíada já estão abertas e podem ser feitas através do email vitaloliveira@uepb.edu.br.

De acordo com o professor Vital Araújo, o período para envio de resultados da Primeira Fase será entre os dias 22 e 30 de setembro e a data de publicação da nota de corte será no dia 2 de outubro. A data limite para envio de classificados será entre os dias 2 e 10 de outubro. Podem se inscrever estudantes de graduação de todas as instituições de ensino superior da Paraíba, das disciplinas de Matemática, Física, Engenharia Civil e Ciências Contábeis.

A prova será composta por questões de múltipla escolha, tendo entre cinco e 20 questões. Além das medalhas e certificados, os estudantes com melhor desempenho serão convidados a participar da fase nacional, que está prevista para ser realizada em outubro. A expectativa é que este ano, além dos estudantes da UEPB, participem candidatos da Universidade Federal da Campina Grande (UFCG), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e outras instituições de ensino superior.

Os vencedores participam da Semana Olímpica, evento que dá início ao processo de seleção para integrar as equipes que irão representar o Brasil nas Olimpíadas Internacionais de Matemática, que reúnem os melhores estudantes de cada país na área, como a Olimpíada Internacional de Matemática, Olimpíada Ibero-Americana de Matemática, Olimpíada de Matemática do Cone Sul, Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários.


Criada em 1979, a Olimpíada Brasileira de Matemática visa promover a melhoria do ensino de Matemática e contribuir para a descoberta precoce de talentos para as ciências em geral. A OBM é um projeto conjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (IMPA) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e tem por objetivos estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria do ensino no país, identificar e apoiar estudantes com talento para a pesquisa científica, além de selecionar e preparar as equipes brasileiras que participam das diversas competições internacionais de matemática.

19 de agosto de 2015

UEPB, PaqTcPB, Sebrae e UFCG lançam 13ª Feira de Tecnologia de Campina Grande

Na próxima segunda-feira (24), a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e as universidades Estadual da Paraíba (UEPB) e Federal de Campina Grande (UFCG) vão lançar a 13ª Feira de Tecnologia de Campina Grande (FETECh). A cerimônia de lançamento ocorre às 19h, no Museu Assis Chateaubriand (MAC), localizado na Rua João Lélis, no bairro do Catolé.
Em sua 13ª versão, a FETECh traz o tema “Inovação Colaborativa e Sustentável”. Firme em seu propósito articulador, o evento vai promover o 1º Congresso de Inovação, Ciências Ambientais e Sustentabilidade com o intuito de estabelecer conexões e estreitar parcerias entre a academia, empresas e sociedade.
Retomada em 2012, após um intervalo de 16 anos, a FETECh veio para continuar e ficar. “É um marco da cidade e deve permanecer”, é o que destaca a diretora geralda Fundação PaqTcPB, Francilene Procópio Garcia, após comprovar a satisfação dos campinenses com o seu retorno em novembro do ano passado. Nesta edição, uma parceria firmada entre a Fundação PaqTcPB e a Universidade Estadual da Paraíba vai possibilitar que a 13ª FETECh seja realizada no Centro de Integração Acadêmica da UEPB.
Criada em 1988, a FETECh demonstrou ser um sucesso desde sua primeira edição. À época, a Feira foi realizada, pela primeira vez, sob a Pirâmide do Parque do Povo. Tal sucesso fez com que nos anos seguintes a FETECh fosse realizada no Spazzio e ampliada através de eventos paralelos como FETECh JOVEM e FETECh NA RUA. À época de sua realização, cerca de 80 estandes e mais de 200 expositores compunham a principal vitrine de conhecimento do país.
É inegável a sua importância para que Campina Grande se tornasse um celeiro de conhecimento, amplamente divulgado e reconhecido, nacional e internacionalmente. Assim sendo, ao longo dos 12 anos que foi realizada, a FETECh fortaleceu e consolidou as características mais fortes de Campina Grande: o pioneirismo e inovação. Muitas das iniciativas que hoje repercutem e beneficiam a sociedade brasileira tiveram suas sementes plantadas em solo campinense.
Um exemplo disso ocorreu na FETECh 92, quando a sociedade campinense teve acesso à internet pela primeira vez. Em função disso, os técnicos, liderados pelo professor Nicolletti, montaram a pequena rede e realizaram a conexão com o ponto de internet mais próximo, que era o do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), que por sua vez foi ligado a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Os dados foram transmitidos em uma velocidade de 19,2 Kbps. Outros exemplo são a ideia de incubação de empresas e o Programa de Saúde da Família (PSF), importado de Cuba, presente em todos os estados da Federação, ratificam o fato. E foi Campina Grande uma das primeiras cidades a instalar tais modalidades de serviços.
A FETECh representou uma permanente aprendizagem, um movimento que provocou a terceirização e introdução de pequenas empresas no mercado local, além de movimentar a economia da cidade através dos serviços e aquecimento da indústria hoteleira. Ao longo da realização 12 edições, a FETECh se transformou, simbolicamente, não apenas como vitrine, mas como um evento que projetou Campina Grande como um polo de C&T promissor e buscou contribuir para uma sociedade mais justa e participativa.
Atualmente, mais vigorosa e repaginada, a FETECh se constitui como uma ferramenta bastante eficaz para cumprir seu papel articulador de antecipar tendências, promover parcerias e estabelecer conexões consoantes com as demandas de seu tempo.

13 de agosto de 2015

Líder do Governo comemora legalização do transporte alternativo



O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hervázio Bezerra (PSB), comemorou a vitória dos operadores do transporte alternativo nesta terça-feira (11). Por unanimidade os parlamentares presentes aprovaram a matéria em sessão extraordinária.
Hervázio revela que a emenda de consenso atende à demanda de oito mil pais de família no Estado que sobrevivem do transporte alternativo. A medida também respeita os direitos das empresas de transporte interestadual, o chamado transporte convencional. O parlamentar também ressaltou a união das bancadas de situação e de oposição que dialogaram e aprovaram o projeto do Governo em benefício dos operadores do transporte alternativo.
De acordo com Hervázio, o assunto, apesar de complexo, foi bem apreciado. “Se fosse fácil, teria sido resolvido há cerca de 30 anos. Nenhum governador teve a coragem de puxar para si essa responsabilidade e o governador Ricardo Coutinho evocou para si esse desafio. O que parecia impossível ocorreu. A votação de forma harmônica e consensualizada, preservando e respeitando o transporte  convencional e criando o espaço para o transporte alternativo. Ganharam todos com a decisão final”, destacou.

Um dos pontos do projeto de lei do Governo do Estado será decidido pelo Conselho Gestor do Serviço de Transporte Público Complementar, após a lei ser sancionada pelo governador Ricardo Coutinho.



12 de agosto de 2015

I HAVE A DREAM...



Gilson Souto Maior Junior,
 Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril.
Em 28 de agosto de 1963, o pastor Batista Martin Luther King Jr. proferiu o seu famoso discurso “Eu tenho um sonho” em frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada “Marcha pelo emprego e pela liberdade”. Aquele foi um momento crucial na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis, colocando uma forte pressão no governo americano para enfrentar a questão do racismo. Naquela ocasião mais de duzentas mil pessoas ouviram o discurso, considerado um dos maiores da história. O Dr. King disse: “Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. [...] Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! [...] Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta” (KING, 1968).
Essas palavras ecoam até hoje e certamente o sonho do Dr. King é o sonho de todos aqueles que desejam uma sociedade mais justa e coerente, que respeita o ser humano e lhe atribui o valor devido. Mas, infelizmente, ainda hoje vemos pessoas que se acham melhores que as outras, numa visão tosca e ignorante de um conceito falido como a “raça”. O racismo tem muitas faces, mas nada é pior do que aquela ideia de que a cor de minha pele define quem eu sou. Em nosso planeta não existem “raças”, mas uma única “raça”, a raça humana.
Isso é evidente na Bíblia. O vocábulo hebraico ’ädäm significa “Homem, espécie humana, Adão”. Embora a etimologia da palavra não possa ser explicada com certeza, a palavra provavelmente está relacionada com a cor avermelhada da pele humana (’ädmû); a antiga palavra acádica ’adämu, “vermelho escuro”, o acadiano adämatu, “solo vermelho escuro” e adamu, “sangue vermelho”, e o aramaico ’ädam “como sangue” devem ser observados com atenção. Por isso a palavra ’ädäm significa em alguns versículos a própria humanidade: “E disse o SENHOR: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o gado, os animais que rastejam e as aves do céu; pois me arrependo de havê-los feito” (Gênesis 6:7). Fica evidente aqui que a raça humana é totalmente distinta dos animais, de modo que o ser humano não pode ser chamado de animal, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus.
Então, qual seria a cor dos primeiros humanos criados por Deus? A resposta é nem branco nem negro, mas uma cor suavemente avermelhada, muito próxima da pele indígena dos pataxós. Segundo a Escritura o homem (’ädäm) foi feito da argila (’ädamah), num claro jogo de palavras em que provavelmente está relacionada com a cor avermelhada da pele humana (’ädmû).
Portanto, a partir das Escrituras, nós defendemos em nossa Declaração Doutrinária o valor do ser humano: “Por um ato especial, o homem foi criado por Deus à sua imagem e conforme a sua semelhança e disso decorrem o seu valor e dignidade (Gn. 1.26-31; 18.22; 9.6; Sl. 8.1-9; Mt. 16.26)” (Artigo III). Fica evidente a beleza do ser humano no processo criativo de Deus, pois a humanidade como a conhecemos hoje não é o modelo verdadeiro. Millard Erickson diz que as “[...] pessoas hoje estão, na realidade, numa condição anormal” (1992, p.215), ou seja, a humanidade como vemos hoje está deturpada e deformada por causa do pecado. O estilo de vida da humanidade moderna não exemplifica o projeto inicial de Deus. Por isso a necessidade fundamental de retornar a Deus, pois somente Nele é que encontramos o plano original.
Vale salientar também que a Bíblia não defende o racismo, principalmente aqueles que afirmam que a maldição de Cam, filho de Noé, teria sido ser negro. Essa informação é uma mentira deslavada, pois a Bíblia nunca fala isso. Cam viu a nudez de seu pai e foi contar aos irmãos (cf. Gênesis 9:20-29), de modo que o problema dele foi expor seu pai ao ridículo. Pelo visto parece que apenas Canaã compartilhou da atitude desrespeitosa de seu pai, de modo que a maldição não se aplica a outros descendentes de Cam como os egípcios e os africanos. Os cananeus foram amaldiçoados, não tanto pelo pecado de Cam e de seu filho, mas pela notória promiscuidade que eles atingiram séculos depois.
O Dr. King tinha um sonho baseado na esperança messiânica de que a Vinda do Senhor Jesus trouxesse a paz a humanidade. Esse sonho, no entanto, é visto na Bíblia como a esperança de uma nova humanidade que Deus está criando em Cristo. Jesus Cristo veio à primeira vez para mostrar o Caminho para Deus, mostrando que o problema da humanidade não está na cor da pele, mas no pecado que atua no coração humano. Por isso Ele morreu na cruz para que todo aquele que Nele crê venha a ser transformado de dentro para fora, olhando os outros seres humanos com o mesmo amor e graça como Deus nos vê. E a esperança que temos é que Jesus Cristo virá novamente, e aí sim, “Todo vale será elevado, todo monte e toda colina serão rebaixados; o terreno acidentado será nivelado, e o que é íngreme será aplanado. A glória do SENHOR se revelará; e todos juntos a verão, pois foi o SENHOR quem falou” (Isaías 40:4,5).




A Poesia de Sebastião Aires

Abro espaço no meu blog para mostrar um pouco da qualidade poética de um amigo, médico, grande cronista, poeta e escritor paraibano.


MARÉS DO MAR E DA VIDA
Sebastião Aires


Na maré plena, ondas portentosas,
Projetam-se nas praias, impulsivas,
Divertindo pessoas curiosas,
Mas que delas se esquivam defensivas.

Pessoas delas fogem pressurosas,
Quando são encrespadas e agressivas,
De grandes dimensões e volumosas,
Nas voragens temíveis e ofensivas.

Na vida com ressacas deparamos,
Revoltas e, não raro, tormentosas,
Nas quais, graça de Deus, não naufragamos.

Senhores somos de nossos destinos,
De cujas armadilhas tenebrosas,
Poderemos vencer os desatinos.  


Em julho de 2015.

8 de agosto de 2015

Reitor Rangel Junior fala sobre greve na UEPB e ressalta necessidade de mobilização para discutir orçamento de 2016


Rangel Junior (85)

Iniciar desde já as discussões sobre o orçamento para 2016 da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), mobilizando toda a comunidade universitária, é o caminho para se evitar novos problemas relacionados à questão de reajuste salarial quando se aproximar a próxima data-base das categorias de técnicos administrativos e professores da Instituição.
Esse é o entendimento do reitor Rangel Junior que, durante entrevista à equipe da Coordenadoria de Comunicação (CODECOM) da UEPB, falou sobre os movimentos grevistas instalados na Instituição, sobre as definições de implantação de reajuste e sobre os prejuízos provocados pelas greves na vida acadêmica de milhares de estudantes e no que diz respeito ao debate produtivo sobre a peça orçamentária da UEPB para o próximo ano.
Confira abaixo a entrevista na íntegra ou assista o vídeo:
CODECOM – Os técnicos administrativos da UEPB entraram em greve em março e os docentes no final do mês de maio. Na opinião do senhor, as greves das categorias são um movimento justo?
Rangel Junior (50)RANGEL JUNIOR – Acho que as reivindicações são justas, principalmente no que diz respeito a direitos. A divergência que eu tenho é de uma questão tática, do momento de se fazer uma greve e do resultado da greve, porque como se diz no jargão popular dos movimentos sindicais, entrar em uma greve no serviço público é relativamente muito fácil. O difícil é encontrar argumentos para sair de uma greve. E o que eu lamento é isso, porque há um tempo exagerado de paralisação e o prejuízo é muito grande para a Instituição. Por isso eu tenho discutido muito sobre a justeza da escolha do momento, do método. Não no sentido daquilo que é reivindicado.
CODECOM – As categorias reivindicam 8% de reajuste salarial. O que impede de este pleito ser atendido?
RJ – O nosso orçamento não permite atender a esta reivindicação. No orçamento disponível para a Universidade hoje, a bem da verdade, não cabe nem 1%, porque o orçamento de pessoal disponível para 2015 é menor do que o total executado em 2014. Então, ele inviabiliza de fato. Como a própria lei garante que o Governo do Estado tem a prerrogativa de definir sobre reajuste e tem a prerrogativa de pagar, o Governo pode onerar a folha a partir de uma medida administrativa, porque o próprio governador é quem arca com as conseqüências. A Reitoria não pode arcar com essas consequências, não tem essa prerrogativa de tomar esse tipo de decisão. O que nós podemos fazer é implantar aquilo que está previsto em lei. Foi o que fizemos.
CODECOM – Que impedimentos legais existem para a UEPB deliberar sobre reajuste salarial?
Rangel Junior (24)RJ – O histórico da nossa Autonomia é que uma lei garantia que a Universidade, através de deliberação dos conselhos superiores, decidiria sobre orçamento. E a própria lei definia um percentual como suplementação desse orçamento ano a ano. Ou seja, os critérios de definição dos montantes orçamentários da UEPB estavam definidos em lei. Em não sendo seguidos esses critérios, a Universidade perde tanto a prerrogativa material, ou seja, a capacidade de ter um orçamento compatível para implantar reajuste, e ao mesmo tempo o Governo do Estado reivindica para si essa prerrogativa, por um preceito constitucional que apenas o Executivo tem essa prerrogativa. O Tribunal de Contas do Estado também, através de um acórdão de setembro de 2013, orienta no sentido de que não deve ser concedido reajuste salarial ou qualquer outro tipo de vantagem salarial a servidores da UEPB, por Resolução de Conselho, mas sim através de autorização legislativa, que pode ser uma Medida Provisória do governador do Estado, mas obrigatoriamente depois convertida em lei, através da Assembleia Legislativa.
CODECOM – Em primeira instância, a Justiça determinou que a UEPB implantasse um reajuste de 6,41% nos vencimentos dos servidores. Porque ainda não foi possível implantar esta decisão?
Rangel Junior (25)RJ – Em primeiro lugar, porque o pessoal que vem levantando a tese de que há uma determinação para que a UEPB implante esse reajuste, só lê até a vírgula. Depois da determinação, da sentença, tem uma vírgula em que o juiz diz textualmente: “até que uma lei defina o percentual de reajuste de acordo com a data-base”. Por outro lado, ele diz também que a decisão está submetida a um segundo grau de jurisdição. Ou seja, a decisão não tem eficácia até que o Tribunal de Justiça da Paraíba referende ou revogue essa decisão. Eu só posso efetivamente determinar a implantação em folha a partir do momento que tenha uma decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba. Ao mesmo tempo, a decisão é contestada pela Procuradoria Geral do Estado, quando diz que já há uma lei, de 12 de maio de 2015, que foi a conversão da Medida Provisória de 30 de janeiro de 2015, quando o governador concedeu 1% de reajuste a todas as categorias de trabalhadores do quadro efetivo do Estado. Portanto, caberia a UEPB implantar apenas aquilo que está estabelecido em lei. No serviço público, as pessoas que acompanham e conhecem minimamente a gestão pública sabem que há uma regra fundamental: que o gestor público só pode fazer algo que esteja previsto em lei. Então, se tem uma lei dizendo que é 1%, eu tenho que implantar 1%. Não posso seguir a vontade de sindicatos, nem a minha vontade ou do Conselho Universitário, porque a lei diz que é 1%. Senão eu estaria cometendo um crime e eu não estou disposto a cometer um crime, nem incitado, nem animado por ninguém. Eu tenho uma posição firme de não fazer nada errado. Então não vou fazer nada conscientemente errado para depois prejudicar a mim e a Universidade.
CODECOM – Caso a decisão judicial se mantenha na segunda instância, qual será o caminho adotado pela UEPB?
RJ – A implantação imediata. Havendo uma decisão em segunda instância, a Universidade é obrigada a recorrer da decisão, mas ela se obriga imediatamente a cumprir, a aplicar a decisão enquanto ela recorre da decisão. Mas na primeira instância, a UEPB não pode ainda implantar. Esse é o procedimento, conforme o próprio documento jurídico legal.
CODECOM – Porque o reajuste de 1% não foi implantado antes e só foi aplicado agora, na folha do mês de julho?
Rangel Junior (60)RJ – Essa é uma questão interessante, porque até o ano de 2014 havia essa polêmica ainda a cerca da capacidade da Universidade de decidir a partir de Resolução. É bom lembrar que em 2013 houve o acórdão do Tribunal de Contas do Estado orientando no sentido de que o reitor não implantasse nenhum tipo de vantagem salarial que não fosse por determinação legislativa. Segundo, no ano passado houve um imbróglio muito grande nesse aspecto, porque o Conselho Universitário tomou uma decisão, orientado pelo Governo do Estado, deliberando sobre um reajuste de 6%. No mês de abril, o governador fez publicar uma Medida Provisória substituindo os 6% por uma decisão de 5%. Ou seja, se o governador fez é porque ele pode fazer isso. É uma prerrogativa do Governo definir sobre percentual. Se é do governador, nem a Assembleia Legislativa pode legislar colocando um reajuste maior do que esse. Portanto, não faz sentido o Conselho Universitário votar algo que não vai ter eficácia alguma. E foi por essa razão que os sindicatos propuseram que aprovássemos no Conselho Universitário o reajuste. Submeti ao Conselho, mas não em forma de Resolução e sim acatando, recepcionando a proposta que foi encaminhada como reivindicação dos sindicatos ao governador do Estado para que ele, de acordo com o seu poder discricionário e as condições do Estado, definisse sobre o percentual, porque tinha um entendimento muito claro de que não era competência do Conselho Universitário. A partir do veto que foi colocado pelo governador no ano passado, há uma conversão de Medida Provisória em lei, pela Assembleia Legislativa. O governador vetou a decisão da Assembleia de aprovar aquela Resolução do Consuni e, nas razões do veto, é dito textualmente que não é uma prerrogativa da Reitoria ou do Conselho Universitário, mas sim do governador, garantida constitucionalmente. Não iríamos agora confrontar algo que se a Assembleia Legislativa não derrubou é porque considera correto ou pelo menos aquilo foi aprovado, porque ficou valendo a decisão do governador sobre os 5%. Então, os sindicatos insistiram, em diálogo com algumas secretarias de governo, de que teríamos que ter uma Resolução. Tanto que fiz uma Resolução ad referendum do Consuni, que depois foi referendada, colocando os 8% apenas por essa insistência. E quando foi agora no mês de julho chega uma nova interpretação do Governo do Estado, dando conta de que já existia uma lei para todos os servidores do Estado. Ou seja, mudando o entendimento original de que o Conselho Universitário era quem teria que votar e encaminhar para o Governo do Estado converter em projeto de lei. Então, chegamos a um entendimento final sobre isso, de que a prerrogativa é do Governo do Estado. Portanto, não cabia a UEPB decidir sobre qualquer percentual. Ela não tinha esse direito. A decisão está no âmbito da relação Sindicato-Governo do Estado e não passa pela Reitoria. O papel do reitor nesse caso é o de apenas mediar o diálogo e é nesse sentido que eu venho buscando atuar. Não obtive êxito, é bem verdade, até agora, mas venho tentando manter um diálogo com o Governo no sentido de abrir essa discussão. O governador se dispôs com os professores, em uma reunião, a abrir um diálogo e instalar uma mesa técnica para uma discussão das condições de orçamento e salários, mas desde que o pessoal voltasse da greve. Então foi um encaminhamento do próprio governador nesse sentido e é isso que eu aguardo: que quando voltar da greve seja instalada essa mesa técnica.
CODECOM – Os professores substitutos reclamam que não receberam o reajuste de 1% nos seus vencimentos do mês de julho. Eles têm ou não direito a receber este reajuste?
Rangel Junior (65)RJ – Têm sim direito. Acho que foi um erro, inclusive, mas um erro baseado na interpretação da lei, porque a lei que foi aprovada em 12 de maio diz em seu texto “ajustar em 1% os vencimentos básicos dos servidores efetivos do Estado da Paraíba” e como ela diz que são para servidores efetivos, naturalmente exclui os temporários. Mas como temos também uma lei que diz que a remuneração do professor substituto é igual a remuneração do professor graduado nível A, era preciso juntar essas duas leis e fazer uma síntese das duas. Ou seja, apesar dessa nova lei dizer que o reajuste é apenas para os efetivos, temos essa outra lei do Plano de Cargos e Carreira que diz que a remuneração dos substitutos é feita com base no salário inicial do professor graduado no nível A. Então já determinei que seja refeito e pago a todos os professores substitutos. Todos terão seus contratos renovados ou prorrogados até o final do ano, até que se retome da greve e se conclua o período letivo. Ninguém terá prejuízo. Estou assegurando isso. E também determinei que seja feita a correção e que todos recebam a sua correção salarial conforme seus contratos e a reposição retroativa de acordo com o período de início do contrato.
CODECOM – As categorias grevistas afirmam que a Reitoria teria condições de fazer um remanejamento de rubricas para destinar recursos para a folha de pessoal e, assim, implantar os 8% reivindicados por docentes e técnicos. Essa medida é realmente possível?
Rangel Junior (21)RJ – Absolutamente não. As pessoas às vezes ficam tentando criar ilusões para si. O que temos objetivamente é que a Universidade não tem orçamento para remanejar do custeio para a folha de pessoal. Os recursos que dispomos para custeio são contados, estão no limite da capacidade da Universidade realizar suas atividades. Então não é justo, não é correto com a Instituição sangrar recursos de uma área fundamental. Por exemplo, vai retirar de onde? Se é possível retirar, teríamos que dizer quais serão os programas que terão que ser fechados. Nós vamos, por exemplo, impedir os estudantes de viajarem para congressos? Nós vamos cortar bolsas de estudantes? Vvamos parar de enviar professores pesquisadores para apresentarem trabalhos em congressos? Vamos deixar de pagar traduções de textos para publicação, que é o que garante a avaliação positiva dos mestrados e doutorados? Vamos cortar a segurança? Vamos cortar serviços gerais? Enfim, não há em sã consciência a capacidade de entender que podemos tirar recurso de alguma área da UEPB para transformar em salário. E o pior é que as pessoas que defendem essas ideias não estão percebendo que se nós conseguíssemos tirar R$ 1 milhão iríamos cortar programas importantíssimos, mas o montante disso no reajuste salarial não chega a 0,5% nos salários individuais. Então, o que é que isso representa? Ou seja, as pessoas não se apercebem às vezes que o que está em jogo não é só isso, um reajuste desse momento. Temos um orçamento de 2016 para se discutir, mas essa discussão está sendo relegada a um plano secundário ou terciário. Estaremos inclusive convocando as pessoas para debater o orçamento de 2016, porque o “trem” está passando e a greve também está prejudicando as discussões sobre o orçamento. Não vou deixar de discutir o orçamento e de encaminhar o projeto orçamentário para 2016 em razão de uma paralisação na Universidade. Vamos tocar em frente. Infelizmente não dá para mobilizarmos como temos feito nos anos anteriores com o Orçamento Participativo, mas iremos discutir, porque o que está em jogo é o futuro da Universidade, é o ano de 2016 e não o de 2015. Então a minha responsabilidade é nesse sentido e vamos organizar o debate garantindo que tenhamos uma peça orçamentária compatível com as necessidades da Universidade e reivindicar isso junto ao Governo do Estado.
CODECOM – Auxílio alimentação incorporado aos vencimentos, expediente de 6 horas, melhoria nas condições de trabalho, investimentos em qualificação profissional, reajuste salarial. Quais reivindicações das categorias a Administração Central da UEPB tem condições de executar e quais estão fora do poder de decisão da Instituição?
RJ – O orçamento de 2016 é definido em 2015. O orçamento de 2015 foi definido em 2014. Portanto, as decisões que podem ser tomadas agora foram definidas lá atrás, em 2014, quando o orçamento foi aprovado. Propusemos um orçamento de R$ 358 milhões. Estava discutido e dialogado com o Governo nesse sentido. Depois houve uma diminuição para R$ 288 milhões. Então tivemos R$ 70 milhões diminuídos do orçamento e as pessoas não se deram conta. Mas o Conselho Universitário da UEPB discutiu esse ponto em 2 de outubro do ano passado e se pronunciou sobre ele, destacando que havia um corte brutal, principalmente na rubrica de pessoal, indicando que aquilo iria trazer um prejuízo grande para garantir a folha de 2015. Agora está se revelando como verdadeiro. Quando dissemos isso em outubro do ano passado, algumas pessoas não se deram conta, inclusive disseram que era uma espécie de manobra política, que tinha a ver com questão eleitoral. Nada a ver. Era uma questão orçamentária da UEPB. O orçamento que havia sido proposto era de R$ 358 milhões. A despesa de pessoal estava prevista para R$ 270 milhões. Portanto, era mais do que a Universidade haveria de gastar se implantar o reajuste de 6,41%. O orçamento que propusemos daria cobertura justamente para esse percentual, mas não foi aprovado. Se não foi aprovado, apenas o governador pode suplementar. A Reitoria não pode. Portanto, sobre as outras reivindicações, um exemplo concreto, se implementarmos o auxílio alimentação, que é de R$ 370, ao vencimento de cada um, pegando como exemplo um professor substituto que tem um vencimento básico em torno de R$ 3 mil, se trouxermos R$ 370 para o piso, estaríamos aumentando o piso em mais de 10%. Se não tem recurso para um reajuste de 6,41% como é que vai ter para mais de 10%? Então, é um jogo que as pessoas deviam se dar conta que é completamente inviável. Serve como instrumento de retórica, mas como resultado prático não tem a mínima capacidade de ter uma eficiência para uma solução.
CODECOM – A Administração Central da UEPB já concluiu os estudos sobre a viabilidade da implantação do expediente de 6 horas? Quais as conclusões?
Rangel Junior (28)RJ – Primeiramente, é importante destacar que essa proposta de alteração do regime de trabalho para os técnicos administrativos é uma reivindicação que foi incorporada ao movimento de greve três meses depois dele iniciado. E é muito ruim para uma categoria em um movimento de luta salarial inserir pautas novas dentro de um movimento. No momento em que foi deflagrada a greve esse tema não existia. Portanto, incorporá-lo a posteriori se configura numa tentativa de colocar mais problemas para encontrar uma solução. A reivindicação central estava na questão salarial, na data-base. No caso específico do turno de seis horas, há implicações de ordem legal, porque temos um Plano de Carreira que determina regimes de 40, 30 e 20 horas. Não posso implantar por conta da Reitoria um regime de 30 horas universalizado, inclusive para aqueles que têm contrato de 40 horas ou para os que têm de 20 horas ou até para os que têm de 30 horas. Como é que eles vão ministrar 30 horas, mas os outros ganhando equivalente a 40 horas? Isso implica em uma mudança na legislação. Então discutir isso como um instrumento de negociação para a greve não acho correto. Acho que poderia ser colocado como estudo, mas não condicionar o fim da greve à conclusão desse estudo, porque tem que mudar a Lei 8.442 do Plano de Cargos e Carreira e isso implica em aumento de custos para a Universidade. Ninguém vai me convencer que pessoas que trabalham em dois turnos vão passar a trabalhar em um turno e que vai precisar de menos gente para trabalhar do que a quantidade de hoje. Se fosse assim, isso seria a solução universal para o serviço público brasileiro. É o contrário. Aumenta a necessidade de pessoal. Em setores em que é possível implantar um turno de seis horas, como na Biblioteca, por exemplo, nós temos turno prioritário de seis horas para o pessoal da Biblioteca. Nos locais onde há atendimento de Protocolo é perfeitamente possível implantar turno de seis horas. Os vigilantes trabalham também em regime diferenciando, tem inclusive o regime de plantão. Isso está previsto na lei. Mas não está previsto que eu pague equivalente a um regime de 40 horas e diga que só precisa trabalhar seis horas por dia (30 horas semanais). É algo muito ruim e eu diria que eticamente muito perigoso para uma instituição, no meio de uma série de dificuldades que o país, que o Estado, que a Universidade enfrenta, propor uma simples redução de carga horária em troca do aumento de salário, como se já que não tem o aumento de salário, então reduz a carga horária. Esse pensamento é perigoso. Eu acho perfeitamente possível discutir, estudar, continuar debatendo, avaliar alternativas para ver se é possível implantação parcial, em alguns setores, mas uma implantação de um horário de seis horas como salvação ou solução universal em todos os setores é impraticável, muito menos como solução para pôr fim a uma greve que, na sua origem, não tinha isso na sua pauta de reivindicações. Então considero que é desproposital encaminhar desta forma o pedido.
CODECOM – O que a UEPB pretende fazer para que, no ano que vem, as definições sobre reajuste salarial não enfrentem dificuldades para implantação?
Rangel Junior (38)RJ – O debate sobre o orçamento. A essência da discussão para 2016 está posta agora. O Governo do Estado define entre os meses de julho e setembro a sua proposta orçamentária. Se a proposta orçamentária para 2016 não contemplar um montante da despesa de pessoal que envolva um reajuste, quando chegar em 2016 o problema estará posto da mesma forma. É isso que eu venho alertando as duas categorias nas discussões que tive com elas. A discussão sobre o reajuste de 2016 está pautada e precisa ser posta no âmbito da negociação do orçamento, da negociação da legislação ou do ajuste que deve ser feito à lei que define critérios de repasse de recursos para a UEPB. Estamos presos a uma discussão de janeiro de 2015 e enquanto isso a discussão de janeiro de 2016 está posta e as pessoas estão passando ao largo. Quando chegar janeiro de 2016 não teremos as condições necessárias para implantar reajuste nenhum caso o orçamento não defina desde já. Então, o reajuste de 2016 tem que estar definido agora no orçamento e é isso que queremos fazer, chamando as duas categorias para o debate. E para fazer esse debate é melhor que ele aconteça sem greve, porque a greve não ajuda, você junta 20, 30 pessoas no máximo. Eu não me sinto à vontade politicamente para convocar estudantes, professores e técnicos para fazer um debate orçamentário no meio de uma greve. E como compete à administração universitária fazer o debate sobre a questão orçamentária, vou fazer na medida daquilo que eu posso, dentro das competências que tenho, sem que isso pareça uma afronta às decisões das pessoas que estão constituindo estes movimentos grevistas. Eu acredito que em uma universidade pública e, principalmente em uma universidade como a nossa, que tem características muito especiais, com uma história de grande expansão recente e que vem passando por um processo de relativa consolidação daquilo que foi feito entre 2005 e 2010, ela precisa de estabilidade e essa estabilidade só será permitida se tivermos uma condição financeira adequada, que nos permita planejar a Instituição como fazíamos antes, porque a expansão da Universidade foi planejada sim, mas com base num orçamento que a Universidade dispunha, mas como não dispomos mais dessa capacidade orçamentária fica difícil a Universidade planejar qualquer tipo de expansão ou mesmo consolidar aquilo que foi feito, porque são despesas que são crescentes continuadamente. O apelo que fiz e que continuo fazendo é que as pessoas pensem e vejam que a greve não é o único instrumento de mobilização e de luta. E vejam que podemos trazer a comunidade estudantil para perto desta luta, que podemos trazer a sociedade para perto dessa luta, dialogando com a sociedade sobre os problemas da Universidade, dialogando com a comunidade universitária e buscando apoio de toda a comunidade. Porque foi assim que conquistamos uma lei que definia critérios de repasse de recursos para a Universidade em 2004. Foi assim que conquistamos a Estadualização da Universidade em 1987. Foi assim que conquistamos eleições diretas nas universidades do país a partir dos anos 80. Então, essas conquistas sólidas e conquistas mais perenes só são alcançadas a partir de um impacto que se faça com a comunidade universitária, que inclui docentes, técnicos, estudantes, e com a comunidade externa de modo geral. É preciso buscar apoio no parlamento, nas cidades onde temos câmpus, nas câmaras de vereadores, na sociedade civil de modo geral, porque esse apoio é mais fácil de ser conseguido se a Universidade estiver em movimento e não ela paralisada como está hoje. Continuo avaliando nesse sentido, de que muito mais rico será se tivermos as atividades acontecendo na comunidade e mobilizando todos para o debate sobre os seus problemas e apontando as alternativas de soluções. A permanecer do modo que está, o que se estabelece é uma queda de braço onde no final das contas ninguém sai ganhando.
CODECOM – O período 2015.2 deveria ter sido iniciado no último dia 3 de agosto, mas com a greve isso não foi possível. O senhor acredita que ainda há tempo de se reverter os prejuízos acadêmicos provocados pela paralisação de docentes e técnicos?
RJ – Já não há mais tempo. Se voltássemos às atividades essa semana, o período letivo já estaria seriamente prejudicado para a sua conclusão no ano de 2015. Já fizemos ajustes importantes no calendário universitário, conseguimos definições também muito sólidas para a reestruturação da graduação e isso vai permitir que o semestre letivo tenha uma quantidade de carga horária igual ao que tem hoje, mas em uma quantidade menor de dias letivos, porque hoje a aula que é de 50 minutos passará a ser uma aula de 60 minutos. E a exigência da legislação é a quantidade de horas e não a quantidade de dias. A quantidade de dias letivos está prevista na LDB, mas no caso da integralização do currículo ela se define por quantidade de horas/aula, mas uma hora relógio, completa, de 60 minutos, não uma hora/aula de 50 minutos como existe ainda no nosso sistema. Aprovamos essa reformulação e iremos implantar gradualmente. Já a partir do próximo semestre seria possível, mas independente de qualquer coisa, o período letivo 2015.2 já está prejudicado e não teremos condições de terminá-lo até o final do ano, com todas as colações de grau e assim por diante. Então, certamente entraremos para o mês de janeiro de 2016. Teremos que ver o que vai ser sacrificado, se férias, período de recesso ou outra medida. O certo é que o período letivo não é mais viável para se concluir em 2015.