17 de janeiro de 2015

OUI, JE SUI CHARLIE!

Gilson Souto Maior Junior
Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril-Bauru-SP
Semana passada, entre os dias 07 a 09/01, vimos novamente por mais um ato de agressão realizada por extremistas e radicais islâmicos. Se em Paris foram dezessete mortos através de pessoas ligadas ao Estado Islâmico, o Boko Haram dizimou cerca de duas mil pessoas na cidade de Baga, na Nigéria sob os mesmos pretextos. Como podemos compreender essa ação irracional e incompreensível?
Alguns tentaram colocar a culpa nos jornalistas e na forma satírica como o Charlie Hebdo tratou uma figura religiosa. De fato, a liberdade de expressão deve estar acompanhada de respeito aos outros; entretanto, isso não justifica os atos realizados, pois os muçulmanos que moram no Ocidente sabem que há uma liberdade de expressão e que há meios legítimos de expressar a indignação, principalmente quando valores tão preciosos como os da religião são atacados. De fato, os assuntos religiosos podem ferir sentimentos; todavia ainda assim, não podemos justificar essa barbárie. Os chargistas do jornal fizeram uma caricatura grosseira da Trindade, mas isso não me dá o direito de tomar uma arma e matá-los. Em muitos países de maioria muçulmana os cristãos não podem se manifestar e em muitos são presos e torturados. Será que isso justificaria um ato terrorista?
A questão é: Quem foi Maomé (570-632 d.C.)? Ele é visto pelos muçulmanos como uma pessoa de boa conduta moral e muitos insistem que ele estava acima do pecado sendo um perfeito exemplo moral, o melhor modelo de piedade e perfeição para o homem. Será mesmo?
Quando olhamos a história e o próprio Alcorão vemos outro Maomé. Ele era polígamo (11 esposas) e aos 53 anos teria casado com Aisha, uma menina de nove anos. O Alcorão diz que um homem pode ter quatro esposas (Surata 4.3), mas o biógrafo Muhammad Husayn Haykal (1888-1956) reconheceu a superioridade da monogamia, ao afirmar que “a felicidade da família e da comunidade pode ser mais bem servida pelas limitações que a monogamia impõe” (1994, p.294). Além de descumprir o próprio preceito, Maomé tinha vários problemas com suas esposas, pois ele ignorava algumas e evitava outras, a ponto de algumas delas conspirarem contra ele.
Mas, o pior é quando vemos que o Islã e a violência sempre caminharam juntos. Desde o início o islã foi uma religião combativa e ativa, marcada pelo fervor missionário. Maomé acreditava na guerra santa (Jihad); por “revelação divina” ele ordenou aos seus seguidores: “E lutai na senda de Allah [...]” (2.244). Noutra passagem: “[...] matai os idólatras onde quer que os encontreis e capturai-os e cercai-os e usai de emboscadas contra eles [...]” (9.5). A expansão de Maomé e de sua doutrina esteve fortemente ligada à guerra; ele usou de mentira, de saques contra caravanas comerciais de Meca (pirataria), assassinatos politicamente convenientes e de vingança. Sabemos pela história que Maomé destruiu completamente três tribos judaicas que viviam na região de Medina há muito tempo residentes ali, justamente porque os judeus rejeitaram a alegação de que ele era um profeta.
O que aconteceu em Paris não é novo. O líder judeu de Medina, chamado Ka’b Ibn Al-Ashraf, compôs um poema satírico sobre Maomé, chamando-o de lunático e caluniador. Logo o profeta perguntou: “Quem me livrará de Ka’b?”, e imediatamente quatro homens se dispuseram e logo voltaram com a cabeça de Ka’b nas mãos (GUDEL, p.74). Maomé era conveniente e justificava a dissolução dos juramentos em alguns casos. Ou seja, para o profeta, os fins justificam os meios. Sim, Maomé era cruel e na obra The life of Muhammad, Haykal (1994) defende que uma composição satírica e maliciosa poderia ser mais perigosa que uma batalha perdida. Umar ibn al Khattab declarou fanaticamente: “Por Deus, se [Maomé] pedisse para cortar a cabeça dela [da própria filha], eu o faria sem hesitar” (HAYKAL, p. 439). E após a morte de Maomé o Islã sempre se expandiu por meio da violência e da guerra, obrigando judeus e cristãos a pagar tributos para continuarem vivos. Assim foi na Arábia, na Síria, na Palestina, no Império Persa e em todo o norte da África até destruir o Império Bizantino. Negar isso é negar a própria história.
Isso significa que todos os muçulmanos são terroristas e radicais? Não! A grande maioria deles conviveria pacificamente entre nós se não tivesse medo desses grupos e líderes radicais que incitam à violência e o poder pela força. Muitos líderes muçulmanos acreditam que os cristãos e judeus são seus inimigos (cf. Alcorão 5.51) e chegam a matar aqueles muçulmanos que se convertem ao cristianismo ou que simplesmente abandonam a fé islâmica.

Oui, je sui Charlie! Isso não significa que concordo com as caricaturas que atacam essa ou aquela religião, mas que aqueles jornalistas, policiais e cidadãos franco-judeus morreram de forma covarde. O ato terrorista foi um ataque à liberdade de expressão, de culto, de reflexão, um ataque ao respeito mútuo. Se Allah é Deus, que Ele se vingue; se Maomé é profeta, que ele proteste! Ou como disse Joás, pai de Gideão, quando os seguidores de Baal queriam matar seu filho por ter derrubado o poste-ídolo: “[...] Acaso sereis vós que defendereis Baal? Quereis livrá-lo? Todos os que lutarem por ele estarão mortos pela manhã. Se ele é deus, que se defenda a si mesmo, pois o altar dele foi derrubado” (Juízes 6:31). Portanto, que eles respeitem a liberdade de expressão e usem dos meios legais para protestar!

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