Placa no terreno do hoje Câmpus I da UEPB, em Campina Grande, no bairro Bodocongó, quando ainda era Universidade Regional do Nordeste |
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completa neste domingo, 15 de março, 49 anos de existência. Fundada em 1966, na cidade de Campina Grande, ela também está presente nos municípios de Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna, desenvolvendo atividades com a missão de formar cidadãos críticos e socialmente responsáveis, através da produção e transmissão do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento educacional e sociocultural da Região Nordeste e, particularmente, da Paraíba
As primeiras construções |
A consolidação da UEPB como instituição de ensino superior é marcada por momentos decisivos na sua história, iniciando com sua criação como Universidade Regional do Nordeste (URNe), em 1966, e passando pela Estadualização em 1987, pelo Reconhecimento do MEC em 1996 e a conquista da Autonomia Financeira, por meio da Lei Estadual nº 7.643 de 6 de agosto de 2004, que inaugurou uma nova fase na história da UEPB. Com a Autonomia, a Universidade pode fazer mais pelo Estado, desde que o aporte de recursos feito pelo Governo do Estado acompanhe o crescimento das receitas.
Solenidade em que foi oficializada a estadualização |
Com recursos oriundos do Governo do Estado, a Instituição oferta cursos de graduação nas áreas de Saúde, Exatas, Tecnologia, Ciências Humanas e Sociais, além de especializações, mestrados e doutorados. Além do ensino e da pesquisa, a atuação da UEPB envolve a extensão, por meio da qual a Instituição presta serviços diretamente à sociedade nos mais diversos campos do conhecimento. Crianças, jovens, adultos e idosos são atendidos por diversas atividades extensionistas da Universidade, seja por meio de projetos e programas educacionais, de esporte, cultura e lazer, ou através das Clínicas de Saúde.
A UEPB possui forte responsabilidade social e o exercício de suas ações na realização de convênios para ministrar cursos de graduação e pós-graduação junto às comunidades de várias cidades, assim como sua participação em programas de erradicação do analfabetismo, pedagogia em regime social, educação à distância, entre outras iniciativas, mostra o engajamento efetivo da Universidade na sociedade, trabalhando em prol da construção de um futuro promissor e com mais qualidade de vida para o povo paraibano e nordestino.
Dedicação à Paraíba e ao seu povo
São tratamentos odontológicos e de fisioterapia, acompanhamento psicológico de crianças, jovens, adultos e idosos, exames laboratoriais e atendimento em Enfermagem para quem mais precisa, mas não tem condições de pagar por estes serviços. Com transparência e amor pela Paraíba, a UEPB trabalha pelo povo paraibano.
A UEPB também oferta graduação e pós-graduação na Educação a Distância. A cada ano, centenas de professores em atividade na rede pública, mas sem formação superior, são capacitados para a docência, o que melhora a educação oferecida aos estudantes.
No aniversário de 49 anos de fundação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), a serem completados neste domingo, 15 de março, o reitor Rangel Junior relembrou momentos históricos da Instituição, destacou sua importância para o desenvolvimento da Paraíba e do Nordeste e ressaltou que a redefinição da Lei de Autonomia é a alternativa para garantir estabilidade para a Instituição poder voltar a planejar e executar ações fundamentais para o seu desenvolvimento e progresso da Paraíba. Confira abaixo a entrevista na íntegra.
Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba no bairro de Bodocongó, em Campina Grande |
Reitor fala sobre os 49 anos da UEPB e destaca reconquista da autonomia como principal meta
CODECOM – A UEPB completa 49 anos neste dia 15 de março. Na sua opinião, qual a importância da UEPB para o povo paraibano?
CODECOM – Entre os momentos históricos vivenciados pela UEPB, qual o senhor destaca como o mais importante?
RJ – Eu registraria primeiro a sua criação de fato, porque ela já foi criada como desdobramento de uma fundação, a FUNDACT, que era uma fundação para apoio e desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, que tinha sido criada em 1954. Doze anos depois, essa fundação foi transformada em Fundação Regional do Nordeste e criou-se a Universidade. Ou seja, Campina Grande tomou essa iniciativa como uma cidade sintonizada com seu tempo, com o desenvolvimento da época, onde começavam a ser criadas no país essas estruturas. E Campina Grande acompanhou isso. Criou sua própria universidade, municipal até então. Para mim, esse ato é verdadeiramente o grande marco, o ato de fundação. Posteriormente, a Estadualização, em 1987, é o segundo grande momento da sua história e redefine os rumos da Instituição. A partir daí como instituição pública e gratuita, porque antes ela tinha uma peculiaridade privada. Apenas depois da Estadualização, foi que se tornou totalmente gratuita, custeada pelo Estado. Daí em diante, do ponto de vista institucional, tem outro marco, que é o reconhecimento da Universidade pelo MEC e esse reconhecimento foi muito importante, porque a UEPB passou a ter capacidade de emitir seus próprios diplomas, de certificar as atividades que ela poderia desenvolver. Ate então, os diplomas que ela emitia eram certificados pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Depois vem outro grande momento, em 2004, quando é conquistada uma lei que define um marco regulatório para o exercício de sua autonomia financeira.
CODECOM – Como o senhor imagina que teria sido o ensino superior paraibano nesses últimos 49 anos se não existisse a UEPB?
RJ - Creio que seria uma lacuna muito grande, porque a capacidade que a Universidade desenvolveu ao longo de todos esses anos, de formar quadros profissionais para a Paraíba, é muito grande. É quase impossível ter uma única cidade da Paraíba que não tenha pelo menos um profissional de Educação, por exemplo, formado pela UEPB. Imagine a lacuna que haveria somente nessa área se não houvesse uma instituição desse porte. Isso foi possível graças à visão de futuro daquelas pessoas que lá na década de 1950 e 1960 já percebiam a importância do ensino superior para o desenvolvimento do Estado.
CODECOM – A história da UEPB é marcada por grandes lutas. Atualmente, a Instituição enfrenta mais uma, que diz respeito à perda de sua Autonomia. Como a UEPB está enfrentando esse momento e como o senhor acha que ela vai sair dessa situação de crise?
RJ - O que identificamos na conjuntura atual é que o melhor momento da vida da Universidade foi quando ela começou a ter capacidade de se planejar e executar políticas com autonomia. Foi um divisor de águas a Universidade antes e depois da autonomia financeira. Ao longo de seis anos após esta conquista, a Universidade trabalhou muito bem e depois mais dois anos já começou a enfrentar alguma dificuldade. Hoje, chegamos a um ponto de retorno a uma situação anterior à autonomia, onde a Universidade não tem uma capacidade de execução de políticas como ela tinha no tempo áureo do exercício da sua autonomia, dentre os anos de 2005 e 2010. Porém, a leitura que faço hoje é que a única saída possível para um momento de nova experiência ou de fortalecimento daquela experiência anterior é uma redefinição desse marco regulatório da autonomia da Universidade e isso somente pode acontecer com uma nova lei que traduza com clareza e muita limpidez de interpretação quais são os parâmetros que devem ser utilizados para definição orçamentária e quais os direitos e as competências da Universidade no uso desses recursos. Porque, definido isso, vinculado um percentual para a receita corrente liquida do estado, evitando que cada governo que chegue faça sua interpretação de uma lei e queira redefini-la, seria possível dar uma estabilidade muito grande a Instituição. Nosso grande problema atual é a instabilidade financeira para poder planejar ações e continuar realizando ações que a UEPB iniciou quando gozava da condição de autonomia e que, ao perder, teve que recuar nos seus projetos e conter sua capacidade de crescimento, de desenvolvimento, de implementação de políticas, voltando a viver uma situação anterior a 2004, quando tudo e todas as necessidades da Instituição tinham que ser pedidas ao governante do momento. Então essa situação, de fato, é muito ruim e a situação anterior é aquela que todas as universidades públicas estaduais desejam, que olham para a UEPB do período de 2005 a 2010 como um modelo a ser seguido e tentam nos seus estados implementar uma legislação que possa, se protegendo dessas alterações, implantar políticas nos moldes do que implantamos nesse período.
CODECOM – O que esperar da UEPB para os próximos 49 anos?
RJ - Espero estar aqui para assistir. A UEPB tem apenas três anos a menos que eu, mas eu acredito que as universidades tem uma capacidade muito grande de se perpetuarem na história. São 800 anos de história de uma instituição que nasceu na Idade Média e que já passou por grandes mudanças no modelo, na forma de fazer, mas conserva requisitos importantes da sua natureza, daquilo que deu origem a instituição universitária, principalmente no que diz respeito ao sentido de devoção ao livre pensar, a criação, a descoberta cientifica, fora do dogmatismo. A universidade no mundo se adapta aos novos tempos e vai buscando evolução. A nossa universidade dará passos importantes na sua consolidação como instituição pública, principalmente nessa conquista de modelo de universidade autônoma e que possa contribuir mais no desenvolvimento do seu povo. Criar condições para que ela tenha capacidade de executar aquilo que dá sentido a sua existência, que é ser voltada ao conhecimento, para a questão da preservação e difusão cultural, é o que de fato vamos conquistar e acho que não demora mais 49 anos para isso não.
CODECOM – O que a UEPB representa na sua vida?
RJ - Vivo o cotidiano da universidade há 34 anos, desde a época de estudante até hoje. Quase dois terços da minha vida já foram vividos na UEPB. Então, para mim é uma relação muito intensa de vínculo que não é somente profissional ou político, mas é também afetivo. E percebo que isso não é só para mim, mas para todas as pessoas que passam pela Universidade Estadual da Paraíba. Esse vínculo em mim se fortaleceu muito, porque fui estudante, sou professor e meu contato coma vida política da Universidade, desde como estudante e depois como professor, fortaleceu mais ainda esse laço, com um compromisso ético, político, profissional, mas acima de tudo sentimental. A UEPB representa tudo isso para mim.
Professores destacam histórico de conquistas e resistências da comunidade acadêmica da UEPB
Presente em oito cidades paraibanas, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completa neste domingo, 15 de março, 49 anos de existência. É quase meio século de uma Instituição que já nasceu pródiga, forte e que vem contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento da Paraíba, tornando-se indelevelmente, patrimônio do Estado.
Nascida da Universidade Regional do Nordeste (URNe) em 1966, sob a égide do ensino público superior de qualidade, a UEPB é vista por seus professores como uma fonte de saber, conhecimento e produção cientifica, contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população. As conquistas, as crises já enfrentadas e, sobretudo, a capacidade de superar adversidades e redescobrir novos horizontes são citados pelos docentes que fazem parte da vida e da história da Instituição.
Para o professor, a UEPB é um orgulho do povo paraibano, tanto por sua história como por seu corpo de professores, servidores e alunos. “É uma das maiores e mais importantes universidades do Brasil. Todos os momentos de luta, desde a sua criação até os atuais desafios de sua conjuntura econômica e de política acadêmica, não apenas engrandece sua história, como também se consubstancia na forma democrática, inovadora, empreendedora e meritocrática que a Instituição tem construído seu legado”, ressalta o vice-reitor.
Contribuição para o Nordeste
“Essas conquistas são marcos na história da UEPB. O reconhecimento elevou o número de mestres e doutores na Universidade, o que pesou muito no desempenho dos docentes e na qualidade do ensino. Tudo isso alavancou o processo de pesquisa e extensão”, destaca Divanira, acrescentando que a Universidade é hoje um grande patrimônio da Paraíba que, mesmo atravessando uma das maiores crises financeira de sua história, não irá retroceder. A professora ressalta que a UEPB sempre resistiu aos movimentos difíceis e não será agora que deixará de vislumbrar novos horizontes e dá um passo atrás.
“Pela grande contribuição que dá ao povo paraibano e que extrapola até geograficamente as divisas do Estado ela não retrocederá. Os grandes gestores se destacam nos momentos de crises. E é o que acontece hoje na gestão do professor Rangel Junior”, frisa a professora.
Universidade criada para o progresso
Há 21 anos na UEPB, professora Eliane relembra que os intelectuais da época se envolveram em um movimento político nacional que era de progresso e de chegada da modernidade. Segundo ela, mesmo atravessando tempos de Golpe Militar, os pioneiros e defensores do ensino público gratuito e de qualidade entraram na contramão da história e na efervescência da época, buscando no modelo da Universidade de Brasília (UnB) o parâmetro para tornar a instituição paraibana grande, criando-se a URNe.
Lutas históricas
“Vale salientar que esse avanço foi resultado de um processo histórico e de uma luta muito grande”, frisou. Para a professora, a UEPB chega aos 49 anos exercendo um papel fundamental não apenas na Paraíba, mas para toda a região Nordeste, formando uma grande mão de obra qualificada, com capacidade para atuar em todas as áreas do conhecimento.
O crescimento da pós-graduação e o avanço na extensão
Apesar de se considerar jovem no quadro de docentes da Universidade Estadual da Paraíba, o professor Luciano Albino destaca as grandes transformações da Instituição a partir do crescimento dos cursos de Pós-Graduação. No entendimento do professor, a Universidade – que hoje tem 19 mestrados, quatro doutorados e várias especializações – vem se notabilizando ainda mais pela força de sua área de pesquisa.
Uma das vocações da UEPB, desde a fundação, está na sua atuação junto à sociedade. O crescimento dos programas de extensão, segundo o professor Luciano, aproximou a academia da população, levando não apenas conhecimento, mas serviços de qualidade que melhoraram a vida das pessoas. Crianças, jovens, adultos e idosos, são assistidos pelos inúmeros programas desenvolvidos por professores e estudantes da Universidade. “No meu entendimento, a Universidade tem vocação para a sociedade paraibana. Ela tem uma identidade regional muito forte”, enfatiza o professor.
“Esse ano completo 20 anos de UEPB. Me orgulho de ter sido aluna e professora substituta dessa instituição. Hoje, como professora efetiva, sinto que a história da UEPB se escreve nas páginas da minha vida. Aqui, adquiro e compartilho conhecimento, sirvo e colaboro com colegas professores, funcionários, alunos e sociedade, atuando no ensino, na pesquisa e na extensão, além de estar como Coordenadora do curso que me formou. Agradeço a Deus por compor esta linda história que relaciona amor pelo trabalho e reconhecimento a todos que a constroem comigo”, enfatiza a professora Ingrid
Em meio aos desafios, a UEPB, ano a ano, supera obstáculos e não abre mão do seu compromisso com o povo paraibano. Tem sido assim nos últimos 49 anos e continuará sendo por todos os anos que estão por vir pela frente.
Funcionários falam da felicidade em ter a Universidade Estadual da Paraíba nas suas histórias de vida
Uma história de amor dedicada à UEPB. Dos 49 anosde existência da Instituição, pelo menos 37 foram acompanhados de perto pela servidora técnica administrativa Josélia Nacre. Formada em Direito e atualmente exercendo a função de secretária da Pró-Reitoria de Extensão, ela nutre uma relação de amor e dedicação à Universidade. O amor é tanto que ela considera a Universidade como uma extensão de sua casa. “Eu sinto que a UEPB é parte de mim”, revela.
“Tenho dedicado toda a minha vida, todos esses anos, exclusivamente à UEPB. Ainda hoje adentro as portas do meu setor de trabalho com a mesma vontade de dar o melhor para a Instituição”, conta, enfatizando que “amo a UEPB e a vejo como uma mãe para todos os servidores. Sinto um orgulho profundo de trabalhar aqui”. Seu entusiasmo para o trabalho na Universidade é tanto que, mesmo já tendo completado tempo para se aposentar, ela revela que ainda não teve coragem de solicitar o desligamento da Instituição.
Com uma história de mais de 40 anos na Universidade Estadual, o servidor técnico administrativo Iram Bezerra de Melo também fala com emoção da história da Instituição. Ele, que entrou na Universidade ainda no tempo da URNe, lembra os momentos de crise e de superação. “Hoje a UEPB representa muito para os seus servidores, para o povo da Paraíba e para todo o Nordeste”, frisa. Dedicado, Iram conta que se sente feliz por contribuir com a sociedade paraibana através do seu trabalho na UEPB e destaca que a Universidade é essencial na sua história, como profissional e como ser humano.
Bem mais jovem na Instituição, o publicitário Jose Arnaud Júnior também fala com carinho da UEPB. A Universidade mudou a vida do publicitário, nascido em Natal (RN), e se tornou fonte de conhecimento, consolidação profissional e realização pessoal. “A UEPB me proporcionou uma nova fase na vida. Trouxe-me dignidade e um caminho no meu viver. Digo isso por que foi aqui que, primeiramente, consolidei-me profissionalmente. Adquiri confiança e vi resultados. Sobretudo, percebi que com minha dedicação ao trabalho poderia ser útil para a sociedade”, relata.
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