Os problemas brasileiros
vêm de longe. Ao pesquisarmos podemos nos deparar com os problemas nacionais,
que vêm desde as caravelas portuguesas. Desde a chegada de “Santa Maria, Pinta
e Nina”, já se pintava o sete e desenhava-se o oito nesta querida terra.
Trocado em miúdos, já se roubava, se falava da ausência de escolas para estudar
e fazer – um simples curso fundamental - acessível, apenas em alguns centros
maiores, Recife, por exemplo.
Já se brigava pelo PODER. Na metade do século XIX,
eram fortes as pressões contra a monarquia, com a palavra renovadora dos
republicanos.
No setor educacional, na
região Nordeste, para se cursar Direito, recorria-se ao Recife.
Assim, por
exemplo, fez o paraibano Irinêo Joffily, natural de Campina Grande, em 1862,
quando matriculou-se na capital do vizinho estado, após estudar interno em
Cajazeiras, no colégio do Padre Rolim, Campina e o Estado não ofereciam o curso
superior. Pertinho de passar a ser cidade – o que aconteceu em 1864 – Campina
contava com pouco mais de 14 mil habitantes, dos quais, três mil eram escravos.
Irinêo, foi avô do importante político do nosso Estado, José Joffily, autor de
inúmeros livros, dentre eles ‘ENTRE A MONARQUIA E A REPÚBLICA’.
Nesse período, Felizardo
Toscano de Brito, na nossa capital, cidade da Parahyba, defendia os
conterrâneos negros com campanhas antiescravistas, em 1859, se utilizando dos
jornais da época. Em contrapartida, o poder econômico, através da firma Mello
& Cia, aliada a outras tantas da capital paraibana, davam continuidade ao
nojento comércio de exportação de negros escravos para outras regiões do país,
que davam ênfase ao cultivo do Café. Quando da abolição da escravatura, toda a
província do Estado da Parahyba do Norte contava com 9.400 escravos.
Ainda no livro, José
Joffily, destaca que o seu avô, quando então acadêmico de direito, resolveu
mudar de nome, em 7 de março de 1864, para Irinêo Joffily. Na verdade seu nome
de batismo era Irinêo Ceciliano Pereira da Costa. Incluiu, pois, o Joffily.
Dois anos depois, no ano de sua formatura, ele fundou, no âmbito da Faculdade
de Direito, o jornal Acadêmico Parahybano.
Mesmo com a responsabilidade e correia dos estudos, o estudante Irinêo Joffily, não deixou de se posicionar favorável a independência do país, numa luta enorme contra os desmandos da monarquia. No Acadêmico Parahybano, ele, então republicano, manifestou, ainda, a presença da hegemonia portuguesa, apenas em Pernambuco, num artigo denominado “Necessidade de uma associação comercial na praça da Parahyba”. Já naquele tempo, concentravam-se no Recife, todas as importações do Nordeste. Um filme que continuamos a assistir, hoje. Compare-se porto de Cabedelo X Porto de Suape.
Conde D'Eu |
D. Isabel Cristina |
Dom Pedro II |
Entre 1864 a 1866,
ocorreu muita resistência ao chamado mandonismo de Portugal, nos segmentos
comercial, social e cultural, a começar pelas manifestações da herdeira do
TRONO, D. Isabel Cristina Leopoldina de Bragança, que Isabel casou com um
estrangeiro, Louis
Philippe Marie Ferdinand Gaston (Luís Filipe Maria Fernando Gastão, Conde d'Eu).
Ela, no seu periódico A MARQUEZA DO NORTE, um jornal feminino-político, editado no Recife foi radicalmente contra o imperador. ‘OS DOIS GOVERNOS, DO BRASIL E DE PORTUGAL, QUE SÃO UMA E A MESMA COUSA’ – ‘A CORTE DO RIO DE JANEIRO ESTAÁ CONVERTIDA NUMA COMPLETA LISBOA’ – ‘OS NEGÓCIOS BANCÁRIOS E AS EMERGÊNCIAS DO PAÍS, O IMPERADOR SÓ CONFIA AOS PORTUGUESES’ – E num dos trechos do nº 3 do seu jornal, datado de 12.01.1867 – a Marqueza, dispara:
‘ENFIM! ... O BRASIL CHEGOU À ÚLTIMA DEGRADAÇÃO NO REINADO DO SR. D. PEDRO II. SE OS NOSSOS VIZINHOS DA AMÉRICA DO NORTEM NÃO NOS VALEREM, ESTENDENDO-NOS A MÃO COMO HÁ POUCO FIZERAM COM O MÉXICO, A NOSSA ESCRAVIDÃO SERÁ PERPÉTUA’.
Pelo que se pode observar, o Brasil é uma confusão desde muito tempo.
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