Conheci Severino Quirino
no rádio, com quem convivi durante muitos anos, mesmo antes de ter assinado
contrato com os Diários Associados, no início dos anos 70. Desde os meus
primeiros passos na imprensa campinense, já na Rádio Caturité, onde comecei em
1965, encontrava sempre o saudoso Quirino, na atividade jornalística no rádio. Ele
pela Rádio Borborema, enquanto eu, meninão, começando pela minha sempre querida
Rádio Caturité. Participamos de solenidades, as mais diversas, no dia a dia da
cidade, como mestres de cerimonias.
Numa solenidade do Super Mercado Serve Bem, da família Loureiro
- foto do Blog Retalhos Históricos de Campina Grande - |
Depois, já Diários
Associados, os nossos encontros eram mais frequentes, não apenas na Rádio
Borborema, mas, também, nas reuniões semanais do Rotary Clube de Campina
Grande, que se reunia na Cabana do Possidônio, Rua 13 de Maio, onde além de
integrante do clube de serviços, Quirino comandava cerimoniais as programações,
com leituras e atas da entidade.
Foram períodos com
oportunidades importantes para o meu aprendizado na condução de programações
solenes, onde sempre o observei a sua atuação nos eventos, e a postura correta de
mestre de cerimonias. Certamente, ele foi o meu ídolo nesse metier. Confesso, que
aprendi muito com Severino Quirino, a arte de conduzir uma solenidade, a forma
correta de formação de uma mesa, sempre com a observância exigida, e vendo a
necessidade, e isso, ele me alertava, de obediência da ordem de precedência
para execução dessa tarefa, da necessidade e formas de como registrar
presenças, etc. Não apenas isso, os conhecimentos do jornalismo radiofônico
dele foram fundamentais na formação de inúmeros radialistas campinenses, entre
os quais me incluo.
Anos depois, nas aulas de
Assessoria de Comunicação, já como professor e jornalista diplomado e
pós-graduado, na UEPB, pude transferir o que aprendi com Severino Quirino e, na
própria universidade, aos meus alunos. E tive o prazer de citá-lo em sala de
aula e lembrar a sua vasta experiência neste segmento da comunicação.
Severino Quirino de
Farias, seu nome por inteiro, também viveu um tempo no rádio patoense,
precisamente na Rádio Espinharas, a primeira emissora de radiodifusão do
Sertão. Após quatro anos fora do ar, na década de 1950 – ela foi inaugurada no
dia 1º de agosto de 1950 – a emissora Pioneira da região (relato isso no livro
Rádio – História e Radiojornalismo–2015 – Editoa A União), recebeu o apoio dos
Diários Associados, através de seu dirigente maior, Assis Chateaubrind Bandeira
de Mello. Muito amigo de Drault Ernany, que adquiriu a emissora ao seu primeiro
dono, o político Pereira Lira, nomes importantes foram cedidos por Chatô para o
retorno da emissora patoense, entre os quais, Severino Quirino.
Joselito Lucena, também passou pela Rádio Espinharas |
Com ele, trabalharam,
afora a prata da casa formada por Ramalho Silva, Luiz Pereira (que anos depois
trabalharia na Borborema), Fildany Gouveia, Orlando Xavier, Edleuson Franco, Virgílio Trindade, Batista
Leitão, entre outros, Joel Carlos e Joselito Lucena, também recrutados em
Campina Grande. Foi possível com uma equipe de bons valores, fazer a Espinharas
voltar com uma grande equipe, destacando-se no cenário regional.
Severino Quirino, dos cedidos pelos Associados, foi quem
mais tempo passou em Patos. Casou com Socorro, colega de trabalho e retornando
depois à Campina Grande. Com ela formou uma família bonita, de gente inteligente,
entre os quais eu lembro, um dos seus filhos, o Professor-Mestre Maio Spellman Quirino
de Farias, com atuação na UniNassau.
Severino Quirino, diante das câmeras da TV Borborema, no ano de 1964 |
Quirino, um dos mais educados radialistas que eu conheci, brilhou
durante muitos anos no rádio campinense. Fez muitas amizades e, por sua
simplicidade e coração imenso, conquistou uma cidade inteira. Tinha muitos
admiradores. Campina jamais o esquecerá. Viveu Campina Grande intensamente. Era
um trezeano de coração, mas um grande desportista. Foi um radialista que
participou de importantes momentos da radiodifusão e da vida campinense.
Passou
pelos quadros da TV Borborema nos seus primeiros momentos, como noticiarista.
Um bom noticiarista, acrescente-se. Na URNE/UEPB, graduou-se em Direito. Aposentou-se
como Procurador do Estado.
Severino Quirino de Farias faleceu no dia 02 de
janeiro de 2003. Foi sem dúvidas um dos mais destacados nomes da comunicação paraibana.
Artigo maravilhoso. Obrigado Gilson.
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