Não é fácil lidar com um Deus soberano
que detém todas as coisas – inclusive nosso destino eterno – em Suas mãos.
Costumo dizer que é mais fácil cantar sobre a soberania de Deus do que se
submeter a ela. Muitas vezes as canções e as orações exaltam a grandeza, a
majestade de Deus, Sua soberania sobre os seres celestiais e tudo fica muito
bonito não fosse um problema: Quando vivenciamos os problemas da vida,
geralmente esquecemos-nos de quem Deus é. Por isso necessitamos
peremptoriamente de um novo exame e uma nova apresentação da Onipotência,
Suficiência e Soberania de Deus.
Quando oramos precisamos nos lembrar de
que Deus ainda vive e que ainda olha e reina sobre o Universo. A fé está
atualmente num tubo de ensaio, submetida à prova de fogo, e não há lugar algum
de repouso firme e suficiente para o coração e a mente senão no Trono de Deus.
O que agora necessitamos como nunca anteriormente, é uma ênfase plena, positiva
e construtiva no fato de que Deus é Deus. Para grandes males, grandes remédios,
já dizia Arthur Pink (1886-1952). Precisamos nos afastar das palavras secas,
das meras generalizações do linguajar gospel que invade nossas
igrejas e produz uma série de crentes-papagaios que falam clichês como mantras
para exorcizar seus fantasmas. É necessário que possamos falar de algo concreto
e específico; muitos cristãos são infantis e pensam ainda na oração como uma
fórmula mágica que num “sim, sim, salabim” é capaz de mover Deus de onde Ele se
encontra e obrigá-lO a fazer algo. Tolice infantil! É necessário que os
cristãos cresçam à semelhança dos santos do Antigo e do Novo Testamento e
percebam que não há nada melhor para infundir vigor espiritual em nosso ânimo
que uma compreensão espiritual do pleno caráter de Deus. Está escrito: “[...] mas
o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e mostrará resistência”
(Daniel 11:32).
Pr. Gilson Souto Maior Jr.
Igreja Batista do Estoril - Bauru-SP
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Não cabem dúvidas de que estamos numa
crise mundial, e a desordem inquieta os seres humanos em todos os lugares. Há
uma imensa crise financeira, muito maior do que aquilo que é divulgado. Vivemos
numa época em que há muita incerteza com o amanhã. Contudo, não é assim com
Deus! Ele nunca é pego de surpresa. Não tem que ser surpreendido com uma
emergência inesperada, pois Ele é quem “[...] faz todas as coisas
segundo o desígnio da sua vontade” (Efésios 1:11). Por isso, embora o mundo
esteja envolvido pelo terror, angústia e dúvida, a palavra para o crente é “não
temas”. Por quê? Porque todas as coisas estão sujeitas a Seu controle direto;
todas as coisas se desdobram conforme Seu eterno propósito, e, portanto, “Sabemos
que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam,
dos que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). É preciso que
seja assim, “Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja
a glória eternamente! Amém” (Romanos 11:36).
Então, vamos orar? Sim, vamos, mas é
necessário que tenhamos em mente as convicções corretas. Gosto muito da
definição que Arthur W. Pink faz do que ele chama de desígnio tríplice da
ordenança da oração. O primeiro desígnio é para que o grande Deus triuno seja
honrado, já que a oração é um ato de adoração, a prestação de uma homenagem – a
Deus Pai, como o Doador, em nome do Filho, o Único por intermédio de quem nos
aproximamos dEle, devido ao poder impulsionador e orientador do Espírito Santo.
O segundo desígnio é para humilhar os nossos corações, já que a oração foi
determinada para levar-nos a uma posição de dependência, para que em nós se
desenvolva o senso de incapacidade reconhecendo que sem o Senhor nada podemos
fazer, porquanto também dependemos da Sua caridade por tudo quanto somos e
temos. E o terceiro desígnio, como meio pelo que obtenhamos para nós mesmos as
coisas boas que pedimos (PINK, 2011, p. 79,80).
Quão impressionante é perceber que
esses três aspectos atualmente estão “fora de moda”. Infelizmente os cristãos
estão mais inclinados a exigir, reivindicar, tomar posse como se Deus fosse uma
marionete nas mãos humanas. O pior é perceber as pessoas orando em nome da
Trindade Santíssima, numa ignorância completa, pois não há em nenhuma página da
Bíblia essa fórmula. Jesus disse que nós oramos ao Pai, em Seu Nome, com o
auxílio do Espírito Santo. Orar em Nome da Trindade além de ser ignorância revela
um desconhecimento total das Escrituras.
Vamos orar com o foco certo, visando à
glória de Deus, nos submetendo à Sua vontade Soberana, pois Ele é Deus!
Humilhemo-nos diante Dele, reconhecendo nossa total dependência, rogando que o
Senhor mesmo corrija nossas orações e nos molde segundo Seu querer. Que o
Espírito de Deus promova em nossos corações a alegria e o prazer de buscá-lO;
que nosso deleite seja estar no centro de Sua vontade, que nossa espera seja
nos Seus braços misericordiosos, que nossas orações sejam sempre a manifestação
de uma vida que se rende voluntariamente Àquele que faz todas as coisas segundo
a Sua vontade. Vamos orar e esperar com confiança em Deus, pois Ele tem prazer
em nos atender, mas muito mais em que estejamos junto Dele. Como disse Isaías:
“Por isso o SENHOR esperará para ter misericórdia de vós; ele se levantará
para se compadecer de vós; porque o SENHOR é um Deus de justiça; felizes são
todos os que nele esperam” (Isaías 30:18).
Pr. Gilson Souto Maior Jr.
Igreja Batista do Estoril - Bauru-SP
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