18 de janeiro de 2015

O QUE É O ISLÃ? HÁ ALGO EM COMUM COM O CRISTIANISMO? (parte 1)

Gilson Souto Maior Junior
Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril - Bauru-SP

Muitos pensam que todas as religiões conduzem a Deus, mas isso não é verdade. Nesses últimos dias após os atentados ocorridos em Paris, muitos tentam compreender o pensamento islâmico. Entretanto, não devemos ser sonhadores nem utópicos em pensar que tais pessoas fizeram com um motivo correto, pois certamente eles o fizeram pensando em vingança. Além disso, contavam também com uma falsa esperança: de ir para o céu, cercados por mais de cem virgens no paraíso de Allah. Por isso vamos fazer algumas questões importantes para compreender esse tema e ver por que o islã não é a verdade.
O que é o islã? Islã significa “submissão” e o seguidor dessa religião é chamado de muçulmano ou “submisso”. Maomé (570-632 d.C.) foi o fundador dessa religião, que surgiu no século VII d.C. na Arábia.
Quem foi Maomé? Maomé nasceu em Meca e seu pai morreu antes dele nascer. Sua mãe morreu dois anos depois e ele foi criado por vários parentes na tribo coraixitas. Ele viveu entre os beduínos e mais tarde conduziu caravanas a serviço de mercadores ricos. Em 595 d.C. casou com sua patroa rica, a viúva Cadija, quinze anos mais velha; ele foi fiel a ela até a sua morte em 619 d.C. Ele é, segundo a crença islâmica, o último profeta, sobrepujando Abraão, Moisés e Jesus.
Ele teve de fato experiências espirituais? Desde a juventude Maomé era conhecido por ser uma pessoa contemplativa. O casamento com a viúva rica lhe proporcionou o tempo livre que desejava. Com frequência se retirava ao monte Hira, perto de Meca para meditar. Aos quarenta anos teve sua primeira experiência extática; isso o perturbou muito, perguntando se estava louco ou se tinha sido possuído por um jin (espírito mau). Depois de conversar com sua esposa e com um primo dela que era cristão; foram eles que o levaram a crer que o anjo Gabriel tinha lhe dado novas revelações da parte de Deus. Assim ele foi chamado de “Apóstolo de Deus”.
Como o islã surgiu como religião? No início Maomé pregou em sua tribo sem ser incomodado pelos líderes dos coraixitas. Sua pregação tinha um forte tom emotivo e moralista, com uma forte ênfase na fé monoteísta. No Alcorão, onde foram registradas suas mensagens extáticas (que foram registradas após a sua morte), com exceção do primeiro capítulo, os demais foram colocados em ordem de tamanho sem nenhuma consideração cronológica. Certamente os últimos pronunciamentos se ocupam de controvérsias com judeus e cristãos, bem como na preocupação com a guerra, com a universalidade do islã. Em toda sua obra vemos uma preocupação na defesa de Maomé e de sua condição de profeta, bem como do constante vínculo dele com o de Allah, como aquele que deve ser obedecido.
O islã é uma religião pacífica? Não, pois ela surgiu em meio ao conflito e a guerra. A expansão islâmica se deu através de saques, lutas, traições e assassinatos, sempre justificados com a sua missão profética. Maomé era corajoso na batalha e astuto ao negociar com amigos e inimigos. Sua personalidade era até certo ponto obscura; depois das tentativas de persuadir judeus e cristãos de que ele era o autêntico apóstolo de Deus – o que foi rejeitado por ambos os grupos – ele mudou sua atitude, advertindo seus seguidores a jamais fazer amizade com os cristãos. Ele expulsou e destruiu as tribos judaicas de Medina, matando os homens e vendendo as mulheres e crianças como escravas.
Alcorão se baseia na Bíblia? A resposta é um enfático não! Embora tenha tido contato com judeus e cristãos, o material “cristão” no Alcorão é em sua maior parte atribuído às questões cristológicas da época entre monofisistas e nestorianos, acrescido de material tirado de evangelhos apócrifos ou heréticos. Isso significa que o ensino sobre Jesus a que Maomé teve contato era errado e por isso ele não conheceu a verdade sobre Cristo.
O material “judaico” que Maomé teve contato pode ser encontrado praticamente em várias passagens do Talmude e da Mishnah (comentários judaicos da Lei). Percebe-se certa confusão em que Maomé supõe que Miriam, a irmã de Moisés, é Maria, a mãe de Jesus no início da era cristã, uma ideia que não pode ser atribuída a Talmude ou a Mishnah.
Isso significa que Maomé não teve contato direto com o texto bíblico e com a história correta. Além desses aspectos, o conceito sensual que Maomé tinha do céu, com um sem-número de belas virgens de olhos negros para cada homem, é o melhor exemplo do empréstimo do zoroastrismo. Apesar da afirmação de Maomé de que o Alcorão é puramente arábico, estudiosos encontraram várias palavras etíopes, sânscritas, caldeias e siríacas (JEFFREY, 1938). A verdade é que o Alcorão possui muitas incoerências, pois tudo aquilo que Maomé sabia da história bíblica o tomou de fontes secundárias e não da Escritura mesmo.
Como Jesus é visto no Alcorão? Maomé menciona Jesus noventa e nove vezes, chamando-O de “Messias”, “Servo de Deus”, “profeta”, “apóstolo”, “palavra de Deus”, “sinal”, “parábola”, “testemunha”, enfim, Jesus nunca é mencionado de forma negativa; pelo contrário, Jesus é descrito como sem pecado.
O problema é que Maomé, justamente por ter tido conhecimento do cristianismo a partir de fontes espúrias, começou com sua compreensão errada da natureza de Deus, sendo incapaz de compreender a pluralidade na unidade. Ao exagerar na Unidade Divina, não abriu espaço para a Palavra e o Espírito coexistirem eternamente na divindade. Outro erro de Maomé foi compreender erroneamente a expressão “Filho de Deus”, pois para ele essa confissão lhe dava um tom sensual, e imaginava que os cristãos acreditavam que Deus tivera relações sexuais com Maria. Além dessas, Maomé não compreendeu outras doutrinas cruciais como a encarnação, a expiação, a crucificação e a ressurreição de Jesus.
Isso significa que, para Maomé e o islã, não há resgate, não há expiação, não há crucificação e não há Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Alcorão nega a divindade de Jesus e Seu verdadeiro papel como Messias e servo sofredor. Maomé negou a condição de Jesus como Senhor e Salvador; assim, no islã, a salvação se dá pela força humana em cumprir a lei.
Que trágica a situação dos milhões de pessoas que seguem o islã e a Maomé. João disse muito tempo antes de Maomé: “Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, também tem o Pai” (1João 2:23). O resultado é que milhões de muçulmanos estão perdidos e caminhando para o inferno porque creem numa mentira. Embora se esforcem em agradar a Deus, os muçulmanos estão no caminho da perdição.

Há esperança para eles? Veremos semana que vem!

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