15 de dezembro de 2014

Pesquisa revela influência da Universidade Aberta à Maturidade na interação tecnológica entre idosos

Longevidade, modernidade e qualidade de vida. Há alguns anos seria incomum ver uma pessoa idosa conectada com a internet, fazendo uso das redes sociais e outros artefatos eletrônicos. Só que os tempos mudaram e o advento da tecnologia também provocou uma mudança de hábito nas pessoas que chegaram à terceira idade. Pelo menos essa é uma realidade dos idosos matriculados na Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), projeto da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), conforme atestou pesquisa realizada por uma estudante de Comunicação Social da Instituição.

Com o título “Nunca é tarde para aprender: vivências e interações tecnológicas dos idosos no contexto da UAMA/UEPB”, a pesquisa elaborada pela estudante Morgana Nilda dos Santos Soares, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mostrou que os alunos da UAMA têm uma forma diferente de enxergar a vida e estão cada vez mais conectados com as novas tecnologias e as novidades do mundo moderno. Alguns só não usam as ferramentas em casa, devido à concorrência com os familiares.

O trabalho orientado pela professora Robéria Nádia Araújo Nascimento, abordou o tema de forma inédita na Instituição e chamou a atenção pelos resultados obtidos. Realizado no ambiente da Universidade Aberta à Maturidade, tomando como referência entrevistas realizadas no período de setembro a outubro de 2014, o trabalho procurou focalizar a relação entre comunicação e educação. O objetivo foi conhecer e analisar a interação dos idosos com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), à luz da concepção de aprendizagem. Também teve por objetivo demonstrar que ainda há caminhos para todos que queiram aprender, mesmo que estejam na fase do envelhecimento.

Segundo Morgana Nilda, os relatos dos idosos indicam que as tecnologias fazem parte da rotina dos entrevistados como ferramenta de aprendizado. A pesquisa permitiu verificar que através da UAMA os idosos tornaram-se usuários assíduos dos meios de comunicação para suas interações do dia a dia, a exemplo do computador, celular e televisão, e que apesar de suas limitações no aprendizado das novas tecnologias, mostraram-se estimuladas a desenvolver suas habilidades nesse contexto.

“Observamos, durante o estudo, que a UAMA não apenas ensina ‘novos saberes’, mas estimula a convivência, favorece a inclusão social, minimiza a solidão e o isolamento dessas pessoas, trazendo possibilidades de interação fraterna e favorecendo o aprendizado contínuo” observou. Diferente dos tempos passados, em que os idosos procuravam se isolar e se excluir do convívio social com a chegada da aposentadoria, deixando-se afetar pela depressão e doenças degenerativas, os alunos entrevistados apresentaram nova postura frente à vida graças a participação na UAMA.

A pesquisa lembra que geralmente a velhice é uma fase que apresenta intensos desafios a ser superados pelos idosos, inclusive os de aprender a dominar e manusear os artefatos da comunicação em uma sociedade extremamente tecnológica e digital. No entanto, o espaço da universidade, ajuda a quebrar esse paradigma. Para a pesquisadora, a educação permanente, proposta por instituições desse gênero, amplia as possibilidades de diferentes saberes e possibilita que os idosos desenvolvam novas habilidades, favorecendo a convivência e a inclusão social, à medida que contribui para o envelhecimento ativo e o bem estar cognitivo.

A UAMA, segundo a pesquisa, busca recolocar os idosos em uma sociedade de compartilhamento, ao desenvolver suas habilidades com o uso das tecnologias, fazendo com que seus integrantes pertencentes à Instituição estimulem suas funções mentais e físicas frente o mundo contemporâneo.

O coordenador da UAMA, professor Manoel Freire, afirma que o projeto da UEPB, iniciado em 2009, tem procurado estimular os alunos a ter acesso às novas tecnologias. Ele conta que muitos idosos chegaram à Universidade sem saber sequer manusear uma máquina digital e, hoje, devido às aulas de informática, estão conectados com os novos tempos, usam pen drive e até computadores portáteis.




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