Antigo Açude, anos 50, quase sem nenhuma urbanização |
Nos anos 40, ainda com ligação à lagoa dos Canários |
Hoje, com os seus belos prédios |
Ele sabia nadar! Ninguém sabe o que aconteceu. O amigo saiu para ir até a barbearia do pai e não mais voltou para casa. Digo, voltou, mas morto! “VOCÊ QUER IR COMIGO ATÉ A BARBEARIA DO MEU PAI?” Foi o que me perguntou Clóvis, ao passar em nossa residência, antes de mergulhar no açude e nunca mais voltar. Eu estava na sala, ao lado de mamãe. Não aceitei, pois esperava papai para o jantar. Mamãe também não iria deixar.
Às seis horas em ponto,
todos estavam ao redor da mesa. Diferente de hoje, não é verdade? É, eu não fui!
Meu amigo foi., sozinho... e morreu!
“Mamãe, eu deveria ter
ido, pois, certamente, meu amigo não teria morrido” – disse. Mamãe Sophia
prontamente me respondeu. “Filho, você não sabe nadar”. As lágrimas ainda hoje
chegam aos meus olhos quando lembro aquele dia.
O sol repousando nas águas do Velho Açude, ao entardecer |
O Açude Velho continua
lindo! Continua sendo um cartão postal da cidade. Diferentemente daquele tempo,
quando a claridade era apenas pelos reflexos das noites de lua em suas águas,
das poucas luzes dos postes ao seu redor, hoje, o bem urbanizado açude, com
bonita iluminação e suntuosos edifícios residenciais, continua mexendo com os
meus pensamentos. Ainda é parte integrante da minha vida. Eu só não me perdoo é
o fato de nunca ter aprendido a nadar!
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