7 de fevereiro de 2018

MÁRIO FERNANDES...um nome da jovem guarda na Paraíba!

Na Livraria do Luiz, entre um cafezinho e outro, num bate papo, ou comentando um trabalho de pesquisadores, historiadores e poetas paraibanos, a felicidade de um encontro, que depois passou a ser quase constante.

Mário Fernandes, o baterista dos Gentlemans, Selenitas, 
Pedras  Rolantes e Eles, conjuntos que encantaram  a juventude
pessoense, hoje um contabilista, mas também contador de boas
histórias 
O personagem é Mário Fernandes, um homem das ciências contábeis, mas, também, um defensor da cultura do nosso Estado. Durante muitos anos defendeu a cultura musical de uma “época”, 60/70, a Jovem Guarda, linda, talvez, a mais bonita e rica da juventude de todos os tempos, até agora.
Um jovem, permitam-me afirmar, da minha faixa etária, com mais de sessenta, mas inteiro, com uma cabeleira muito bonita, branca totalmente, mas, por inteiro repito, sem nenhuma falha. A memória continua jovem (apesar dos seus 69) e o papo de um senhor, que hoje divide esses momentos, com o seu trabalho no escritório de contabilidade.
Lembro-me dele, desde a época de dois conjuntos famosos – The Gentlemans e Selenitas, os quais ele integrou, como um dos bateristas dos mais competentes.
Gentlemans, um dos melhores conjuntos de João Pessoa e da Paraíba,
na  época da Jovem Guarda. Integrantes: Mário Fernandes, Hugo
Guimarães (Huguinho), Célio (Celinho) e Givaldes Roque
A juventude de João Pessoa, principalmente, não se cansava de prestigiar e aplaudir esses dois grupos, que foram motivos de orgulho para os jovens do período, em que dançávamos e cantávamos, é certo, embalados pelo Beatles, Roling Stones, Creendence, Roberto Carlos e Erasmo, Vanusa, Jerry Adriani, mas, também, com os sucessos dos nossos valores, Gentlemans e Selenitas, esses conjuntos, dos nossos Mário Fernandes, grande baterista, ele, nos Selenitas e Gentlamans, ao lado dos irmãos Gilson e Geisa Reis, vindos de Campina Grande, onde atuaram na Rádio Borborema, na época de ouro do auditório da então emissora dos Diários Associados, Tarcísio, Júnior e Jarbas Mariz (isso, final dos anos 60 e começo de 78) e, Dandan e Huguinho Guimarães (guitarra) e Givaldes Roque (baixista), ainda no final dos anos 60 e metade dos anos 70.
 
Gilson Reis, Dandan, Tarcísio, Mario, Júnior e Jarbas Mariz, integram
Os Selenitas, que também balançou a Jovem Guarda paraíbana  
Mário Fernandes dividiu essas duas épocas nesses conjuntos, quando também brilhavam – e ele faz questão de ressaltar – conjuntos como o de Ogírio Cavavalcanti, de grandes nomes, entre eles, o próprio Ogírio e Gabmar Cavalcanti (seu irmão), Zé Maria (Violão), Giovanni (bateria), Arlindo e Golinha (Piston), Ronaldo Soares e Silvinha de Alencar (cantores), entre outros. “Como não lembrar ainda, os meninos de Monteiro, com o famoso “O Jovens”, integrado pelo Flávio José, atualmente um dos grandes nomes da música popular nordestina’ – arremata Mário Fernandes.
 Falando sobre o começo de tudo, ele evoca os anos em que estudou no Lins de Vasconcelos, que contava com a maioria dos integrantes desses conjuntos, nos quais atuou. Ele lembra, que desse importante momento, uma presença foi marcante na história da música paraibana. Estava surgindo o grande Zé Ramalho, um nome para ele dos mias do cancioneiro nordestino.
Os jovens Jarbas Mariz, Zé Ramalho e Huguinho (Hugo Guimarães)


“Ressalto, que meu primeiro momento na música foi no The Gentlemans, o qual deixei, em 1978, e participei da fundação dos Selenitas. Aliás, o conjunto “Pedras Rolantes”, foi o conjunto que encontrei, quando saí do Gentleman. O nome Pedras Rolantes mudou para Selenitas”.  Para o conjunto, Mário lembra que levou os amigos Gilson e Geisa Reis, que inclusive, residiram em sua casa. 

Recorda ainda, que o conjunto começou a parar, por conta das formaturas de muitos dos integrantes, e, consequentemente, a busca de outros espaços na vida, como novos profissionais. A morte da mãe do amigo Jarbas Mariz, também contribuiu para isso. “Ficamos muito tristes – ressalta Mário – pois éramos muito amigos. A Partida de Gilson e Geisa, para Rio de Janeiro, foi ainda um motivador do final do conjunto. Eles foram cantar no Rincão Gaúcho, para onde eu fui, também, tempos depois.”

Mário Fernandes faz questão de destacar presenças importantes, durante sua trajetória como músico. “Como esquecer Waltinho, um excelente acordeonista, do baterista Lelo, no Pedras Rolantes (já falecido), além de Givaldes, Zé Ramalho e Poti, no conjunto que tinha o nome de ELES? Todos eles, músicos de primeira linha – diz.”

Uma colocação do amigo Mário Fernandes, que me chamou a atenção. “Diferentemente dos músicos de hoje, amigo Gilson, nós não bebíamos durante toda um a apresentação ou festa. Normalmente, cumpríamos a obrigação profissional, cantando, animando a programação para a qual fomos contratados. Somente após, tomávamos nossa cervejinha (kkkk), quando, é claro, enchíamos a lata. Haja cerveja (boa gargalhada) !!!

Finalizando, Mário afirma ter saudades daqueles momentos, época de uma juventude sadia, de mais empolgação do que vícios, de mais amor pela música, pela arte e cultura, de mais respeito aos valores humanos. Hoje, quando quero lembrar aqueles tempos, saio com a esposa para encontrar os amigos, e, não me envergonho de pegar as baquetas e tocar o instrumento que mais gosto, a BATERIA, minha companheira de tantos anos, nos tempos dourados da Jovem Guarda.    

NOTA - Dois pauzinhos que servem para tocar instrumentos de percussão.   




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