O reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), professor Rangel Junior, foi impedido pelo comando de greve dos professores de cumprir suas atividades administrativas na manhã desta terça-feira (27), no Gabinete da Reitoria, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande. Acampados no Gabinete, os grevistas tentaram impedir a entrada do reitor e sua equipe no setor onde iria ser realizada uma reunião administrativa previamente agendada para tratar sobre o planejamento de ações para o encerramento do exercício financeiro de 2015 e medidas de contenção de despesas.
Após conseguir abrir a porta de entrada do Gabinete, o reitor foi até a sua sala de trabalho pedir que os grevistas desocupassem o espaço para que as atividades da Administração Central da Universidade pudessem ser realizadas. Com gritos e apitos, os professores se negaram a sair do Gabinete, obrigando o reitor a se deslocar junto com sua equipe para o Auditório da Biblioteca Central, onde a reunião aconteceu.
Mesmo tendo conhecimento de que a questão do reajuste salarial é uma prerrogativa exclusiva do Governo do Estado, os grevistas acampados no Gabinete cobraram do reitor a implantação do reajuste, medida que encontra em decreto governamental, recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) os dispositivos legais que impedem o reitor de deliberar sobre o assunto.
Rangel Junior explicou novamente sobre a questão e lamentou a falta de bom senso da categoria, que teve toda a sua pauta interna de reivindicações atendida positivamente pela Reitoria da UEPB, mas mesmo assim continua com suas atividades paralisadas, prejudicando milhares de alunos que estão sem aulas e a população carente que necessita dos serviços prestados e das ações desenvolvidas pela Universidade.
“Noventa e nove por cento da pauta apresentada foi atendida. O que não atendi de imediato, assumi o compromisso documentado de assegurar o cumprimento ao longo do ano de 2016. Mas para isso a Universidade tem que voltar a normalidade. Não tem como ir além do que já está definido. Tudo o que os professores reivindicaram à Reitoria foi atendido. Resta apenas a questão salarial, que não é competência da Reitoria. E se não é de competência da Reitoria, por que então ocupar o Gabinete e impedir o reitor de trabalhar? Acho que é um equívoco e espero que eles revejam e corrijam esse equívoco”, destacou.
Para o reitor, a ocupação do Gabinete da Reitoria está causando mais um transtorno para além do que já foi causado, porque afeta somente ao reitor e aos que trabalham no setor. “A ninguém mais incomoda esse tipo de atitude. A minha leitura é de que é uma atitude de confronto com o reitor e com os que trabalham na Reitoria e isso não ajuda a resolver os problemas. O que poderia resolver seria suspender a ocupação e suspender imediatamente a greve para que a gente possa, com a comunidade toda presente, rediscutir os rumos da Universidade e do movimento e buscarmos alternativas com toda a comunidade e não apenas com um pequeno número de pessoas que acreditam que serão os que terão a salvação dos caminhos da Universidade. Entendo que ou toda a comunidade participa desse debate, e para isso as atividades devem retornar, ou não vamos encontrar uma saída”, ressaltou Rangel Junior.
Conforme Rangel Junior, o diálogo precisa ser estabelecido com todos – professores, técnicos e estudantes – “no sentido de se fazer um reflexão do momento e sobre que tipo de atitude cada um pode tomar. Como foi visto o comando de greve foi intransigente e não admitiu liberar a sala para que a equipe da Reitoria pudesse trabalhar. Então vamos buscar as vias legais e possíveis para que eu possa ter o direito de voltar ao meu local de trabalho”.
Texto e fotos: Tatiana Brandão
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