30 de agosto de 2015

A BENDITA ESPERANÇA

Gilson Souto Maior Junior
Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Bauru - SP
A esperança move a vida e sem ela não podemos caminhar. A esperança é a disposição que nos faz levantar todos os dias e esperar que algo – geralmente algo de bom – possa acontecer. Esperança é a expectativa confiante de que dias melhores possam surgir diante das dificuldades. O que é, de fato, esperança e o que fazer quando nossa esperança foi reduzida a cinzas e nossas expectativas tornam-se obscuras e nos deixam fragilizados?
Esperança não é utopia, como se fosse algo inatingível, uma quimera. Infelizmente a grande maioria das pessoas é influenciada pelas “mensagens de autoajuda” ou por frases de efeito que muitas vezes não dizem nada. Por isso muitas pessoas se sentem frustradas e    desacreditadas, porque colocaram sua confiança e esperança em falsas bases, em promessas vazias e em pessoas indignas. É triste ver como a nossa geração perdeu a esperança e vive apenas no aqui e no agora, presa na “realidade virtual” e desconexa da verdadeira esperança que pode transformar a existência.
Embora todo o ser humano possa nutrir a esperança como um sentimento necessário à vida, sem Deus essa esperança torna-se vã, pois a tendência humana é lançar suas expectativas naquilo que não se fundamenta ou naquilo que dura um só instante. Esperança, segundo a Bíblia é uma das três colunas da fé cristã: “Portanto, agora permanecem estes três: a fé, a esperança e o amor [...]” (1Coríntios 13:13). A esperança é uma virtude cristã de modo que somente quem aqueles que desfrutam da pessoa bendita de Jesus Cristo podem tê-la: “estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, estranhos às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2:12).
Quando Jesus Cristo torna-se real em nossa vida a esperança para enfrentar a vida surge de forma completa e total. Tornar Jesus Cristo real é mais que frequentar a igreja ou achar que Ele foi um grande mestre ou sábio religioso. Jesus Cristo está além da religião, pois o ícone religioso é algo distante e indiferente, produzindo uma esperança vã. Por quê? Porque a religião, diferente do que muitos pensam não nos aproxima de Deus; quem nos aproxima de Deus é Jesus Cristo: “[...] Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6). Deus deseja que os seres humanos desenvolvam com Ele um relacionamento pessoal por meio de Seu Filho, surgindo assim à esperança verdadeira. Que esperança é essa que o cristão nutre?
É a esperança da ressurreição dos mortos. Segundo a Escritura, o cristão é um ser humano que caminha, não para a morte, mas para a vida (cf. Atos 23:6; 26:6; 1Pedro 1:3; 1João 3:3). A morte não é o abismo do nada ou do aniquilamento, não é a preparação para algum retorno a esse mundo, mas é o portão da esperança: “Todavia, irmãos, não queremos que sejais ignorantes em relação aos que já faleceram, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, também devemos crer que Deus, por meio de Jesus, vai trazer juntamente com ele os que já faleceram” (1Tessalonicenses 4:13,14).
Mas alguém poderia questionar e dizer: “Essa esperança é tão utópica quanto qualquer outra esperança humana. Como posso ter certeza disso?”. A Bíblia diz: “Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens. Mas, na verdade, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele o primeiro entre os que faleceram” (1Coríntios 15:19,20). Sim, Cristo morreu e ressuscitou verdadeiramente, da qual Ele mesmo apareceu para mais de quinhentas testemunhas (cf. 1Coríntios 15:6). Certamente isso não foi uma manipulação grupal; além disso, se a ressurreição fosse uma história inventada pelos apóstolos, por que eles morreriam por uma mentira? Quem tem com Cristo um relacionamento pessoal não espera “evoluir” nem “pagar pecados” em algum lugar depois da morte. Cristo já pagou todos os pecados e é Ele quem transforma a nossa vida, de modo que a morte é apenas a porta de entrada para a eternidade com Deus.
A esperança cristã é a esperança da justiça: “Mas nós, pelo Espírito mediante a fé, aguardamos a justiça que é nossa esperança” (Gálatas 5:5). Aqui em Paulo, “justiça” ou “justificação” significa “um relacionamento certo com Deus”. Quando o ser humano considera sua relação com Deus numa dinâmica de regras que precisam ser cumpridas, ele coloca-se em falta diante de Deus, e isso sempre gera o sentimento de terror e condenação diante de Deus. A mensagem de Jesus Cristo capacita o ser humano a desenvolver um novo relacionamento com Deus, baseado na confiança de uma criança para com seu pai.
A esperança cristã é a esperança da salvação, que gera duas coisas: Primeiro, gera segurança neste mundo (cf. 2Coríntios 1:10), não no sentido de proteção da calamidade ou do perigo, mas de viver independente destes. Em Cristo podemos passar por problemas, crises e dificuldades, pois nossa esperança não está aqui, mas na pessoa de Cristo. Ele disse: “Eu vos tenho dito essas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas não vos desanimeis! Eu venci o mundo” (João 16:33).
E em segundo lugar gera segurança após a morte, pois todos haveremos de passar para a eternidade e a Bíblia é clara: “Pois é necessário que todos sejamos apresentados diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba retribuição pelo que fez por meio do corpo, de acordo com o que praticou, seja o bem, seja o mal” (2Coríntios 5:10; cf. Romanos 14:12; Hebreus 4:13; 1Pedro 4:5). Jesus Cristo não apenas nos dá segurança neste mundo, mas no vindouro também, pois nossa vida será julgada por Deus e como diz a Escritura: “Portanto, agora já não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1).

Que esperança bendita! Ela não se baseia em coisas humanas e falhas, não se baseia em expectativas humanas, partidárias, econômicas ou situacionais. O dólar pode extrapolar a barreira dos R$ 4,00, a economia pode desandar, o governo pode cair, o mundo pode entrar em guerra, as pessoas podem nos abandonar, mas Deus jamais nos deixará. Você possui essa esperança?

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