19 de novembro de 2014

VOCÊ PRECISA DE DEUS!

Para muitos essa afirmação parece vazia e sem sentido, pois a dependência num ser metafísico e invisível fere a razão. Em geral aqueles que defendem a razão e negam a Deus adoram a si mesmos, a sua própria lógica e não aceitam nenhum tipo de “interferência divina”, embora sejam profundamente influenciados por ideologias e pensamentos de outras pessoas.
Há aqueles que pensam nessa afirmação como uma “síndrome da muleta” e não querem se apoiar em nada, ninguém ou coisa alguma. Essas pessoas querem se sentir autossuficientes e capazes de resolver seus próprios dilemas. O orgulho é a marca de tais pessoas, pois na verdade elas usam outras muletas para “engolir” a realidade.
A verdade é que temos nenhum livre-arbítrio e uma liberdade limitada, que está cerceada pela cultura em que vivemos, pela educação que recebemos, pela tradição (familiar, cultural, religiosa e social) e por outros meios que Deus planejou para cumprir Seu propósito. Por exemplo, não escolhemos o país e a época em que nasceríamos; não escolhemos os pais, a família e nem o nosso nome. Até mesmo coisas simples, tais como sentar na sala e pegar o controle da televisão para assistir algum programa não é fruto de uma escolha livre e consciente. A neurociência tem trabalhado muito nesse campo e muitas de nossas ações são planejadas em áreas de nossa mente que vão sendo formatadas pela genética, educação, cultura e todas as experiências que vamos aprendendo na vida.
Então significa que não temos controle de nada? Não necessariamente, pois nossas ações estão restritas aos limites em que fomos colocados e até certo ponto temos algum controle; temos liberdade para agir e algumas coisas são conscientes e outras são quase que automáticas. Somos fruto de ações impensadas e da manipulação do cérebro? Sim e Não, pois o cérebro é um órgão do corpo humano, formatado pelo Criador, algo que não tem vida própria. Entretanto, podemos ser presas fáceis de nossa mente, principalmente quando confiamos muito em nós mesmos e nos apoiamos plenamente na razão ou na emoção. A verdade é que, mesmo com as descobertas maravilhosas das sinapses e do mistério que ainda representa para o ser humano, o nosso cérebro é apenas um instrumento e não o fator determinante. Não é a toa que o sábio nos orienta com propriedade: “Confia no SENHOR de todo o coração, e não no teu próprio entendimento” (Provérbios 3:5).
“Mas eu não acredito em Deus?”, diria alguém mais chegado a um ateísmo pós-moderno com um viés mais marxista. Tudo bem, eu não acredito em ateu; o termo pode ser lógico, mas é inapropriado. Aqueles que se dizem ateus – e enchem a boca para dizê-lo – na verdade tem seus deuses, de carne e osso; alguns vivem (Richard Dawkins, Sam Harris, Lawrence Krauss) e outros já morreram (Marx, Sarte, Husserl, Darwin). Eles não creem na Bíblia, mas possuem seus “livros sagrados” (O Capital, A origem das espécies, entre outros). Não há ateus no sentido estrito da palavra, pois os que se chamam dessa forma apenas sublimaram a razão e a colocaram como o ponto transcendente, buscando em si mesmos alguma finalidade para a existência.
Sim, nós seres humanos necessitamos de Deus! Fora Dele não há razão satisfatória para a existência humana ou cósmica. Olhando a Criação vemos que a Terra e o Universo não poderiam ter surgido do acaso, de uma mera explosão cósmica. Veja, por exemplo, que a Terra tem um tamanho perfeito e a gravidade correspondente sustenta uma fina camada de gases de nitrogênio e oxigênio, basicamente sobre a superfície do planeta. Nossa atmosfera contém a mescla correta de gases para sustentar a vida. Se a Terra fosse um pouco menor, uma atmosfera seria impossível, assim como Mercúrio; se a Terra fosse maior, sua atmosfera conteria hidrogênio livre, como Júpiter (CLARK, R.E.D., London: Tyndale Press). Ou seja, apesar de todas as descobertas feitas no Universo de planetas, o único com uma atmosfera adequados para a vida das plantas, os animais e os seres humanos é a Terra.
A Terra está à distância correta do Sol, e assim a água existe nas três fases: sólida, líquida e gasosa. Se aproximarmos a Terra do Sol, tal como Vênus está toda a água se evaporaria. Afastando a Terra até uma distância igual à de Marte o reverso acontecia: toda a água congelaria. Nestes dois casos não teríamos condições propícias à vida. Ou seja, a Terra está localizada a uma distância exata do Sol; apenas uma variação mínima impossibilitaria a vida no planeta. Sendo assim, pergunto: Será que tudo isso aconteceu por acaso? Qual a chance do planeta Terra ter condições específicas de vida a partir de uma combinação de explosão, acaso e milhões de anos? Qual o propósito de existir apenas um planeta – e muitas buscas foram feitas e todas sem sucesso – com condições de vida para a existência humana? Qual o propósito da vida? Apenas existir, nascer, crescer, viver, envelhecer e morrer? Muito pouco!
A verdade é que precisamos de Deus. A Escritura é clara ao afirmar que Deus “[...] é poderoso e firme em seu propósito” (Jó 36:5). Ou seja, cada coisa da Criação é manifestação de Seu poder e projeto único para a humanidade. Negá-lO será loucura; ignorá-lO será uma perda de tempo; aceitá-lO será o caminho da vida. Somos contingentes, limitados e frágeis; crer e confiar em um Deus que sabe o nome de cada estrela do Universo (Isaías 40:26) e que sustenta Sua criação é uma questão de bom senso e fé. Sem Ele somos apenas uma sombra sem sentido; com Deus somos parte de uma criação inteligente e proposital. Como disse Charles Spurgeon (1834-1892): “A fé é a razão repousando em Deus”. Ou como disse Ian Judson, professor de Ciências Naturais da Universidade de Cambridge: “Dúvida é uma pergunta sincera. Descrença é não querer ouvir a resposta”.

Tenha uma boa semana em Cristo

Fraternalmente, Pr. Gilson Jr.

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