O dia de 7 de novembro marcou mais um dia do Radialista. Na verdade, o Dia do Radialista é todos os dias. Lamentavelmente, a cada ano menos comemorado, fruto da desatenção dos senhores proprietários de emissoras, na sua maioria, diferentes da estações de pouco tempo atrás, quado se fazia verdadeiramente RÁDIO.
Hoje, especialmente na Paraíba fazer rádio passou a ser um divertimento para alguns, que, diferentemente do meu tempo - que por sinal ainda é hoje, pois não morri - se apresenta com uma qualidade em termos de programas, ruim, medíocre e pobre de valor\es que possam chamar a atenção de quem o escuta.
Lembro, que, quando fiz teste para tentar uma oportunidade numa emissora de rádio - foi na Caturité de Campina Grande, em 1965 - enfrentei um verdadeiro vestibular. Uma palestra com um dos diretores da emissora sobre assuntos gerais (conhecimentos gerais), a leitura de um editorial sobre um tema atual, redação de dois textos sobre assuntos/temas diferentes e, ainda, leitura de um informativo de curta duração, com informações internacionais, onde você teria que mostrar habilidade, não apenas na leitura, mas, também, conhecimento de idiomas. Lembro, que o locutor Kalil Félix, que comandava os testes ao lado de Mac Dowel Holanda e Evandro Barros, colocaram nas notícias, para leitura os nomes de cantores Udo Jurgens (austríaco), dos cantores Gigliola Cinquette, Domenico Modugno (italianos), Georges Pompideau (político francês), Nikita Kruchev ( premier russo) e, de improviso, você teria que fazer a narração de um sete de setembro, Dia da Independência, com citações de nomes e aspectos históricos marcantes da data.
Era preciso, portanto, ter conhecimento de história (conhecimentos gerais) e um certo desembaraço e conhecimento,também, de inglês, francês, espanhol, etc.
Hoje, nem o nosso idioma é dominado, além de muita gente usar o microfone e dizer "EU SOU RADIALISTA", como me foi dito certa vez por um cidadão. E eu respondi: parabéns! E o radialista de um curso feita às pressas me indagou...e você? No que respondi, sem pestanejar: QUEM ME DERA! EU SOU UM FERRADOR DE CAVALO!. Brincadeira à parte, o cidadão com uma voz de taboca rachada, olhou um pouco desconfiado, mas, fez questão de afirmar que eu tinha uma boa voz e, bem que poderia ser um belo speaker!kkk.
A verdade é que a coisa virou bagunça e, ser radialista aqui na terrinha, não é para qualquer um, mas, para quem assim desejar.
Mas, também é fácil, basta comprar um horário para ter lugar garantido Á FRENTE DO MICROFONE, em determinadas emissoras. Não se se exige nem diploma da universidade, seja federal ou estadual, ou mesmo com mestrado e doutorado na França ou EEUU. Hoje, basta só comprar o horário.
É preciso mudar! Só não entendo uma coisa: os donos dessa emissoras, afirmam que elas não dão lucro e, por isso, não têm mais gerências artística, comercial e departamentos esportivos próprios. Uma lástima o radio que se faz hoje por essas bandas. Mesmo assim, não se aprova a concessão de uma emissora para um radialista ou jornalista. Só quem tem vez é político ou um testa de ferro, que também não manja do negócio
Para finalizar. Certa vez, um desse políticos chorões e mentirosos, lamentou-se num papo com um amigo, afirmando que iria desistir de rádio. Os olhos do amigo brilharam e, imediatamente, ele disse para o dono da rádio, que aceitaria como presente enfrentando todas as dificuldades apontadas pelo político. 'Estás doido rapaz! Eu preciso dela, apesar de tudo, pois a campanha está chegando!'
É isso ai. Rádio NÃO É PARA JORNALISTA. O rádio, eu sei, e, você também, não se acaba, mas, os radialistas, estes sim, é que vão se acabar, pois a cada dia está mais esquecido. É sofrência!!!
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