18 de outubro de 2014

TEMOS ALGUÉM EM QUEM CONFIAR!

Às vezes a vida parece-nos muito dura, as lutas nos sufocam e as forças se vão. De fato, a vida não é fácil; ela é feita de altos e baixos, de vales floridos e montanhas íngremes, de rios de água cristalina e de desertos desoladores, de sombras de descanso e de sombras da morte. Por isso às vezes a crise nos abate no caminho, pois ao mesmo tempo em que queremos crer em Deus e confiar na Sua maravilhosa graça, nossos sentimentos humanos e frágeis nos lançam no medo e na angústia.

                Pr. Gilson Souto Maior Jr.
Pastor Sênior Igreja Batista do Estoril - Bauru-SP 
Todas as vezes que leio os salmos vejo o quanto Davi e outros autores daqueles textos experimentaram a mesma coisa em suas experiências de vida. Ao mesmo tempo que expressavam uma fé pessoal, também deixavam claro as limitações humanas, pois não eram super-homens, mas pessoas comuns que precisavam da misericórdia tanto quanto nós. E apesar das oscilações entre alegria e choro nos salmos, o que mais me deixa esperançoso é que a fé suplanta tudo isso, pois a confiança estava firmada num Deus eterno.
Lendo a Bíblia em minha devocional uma frase saltou aos meus olhos: “[...] Temos um sumo sacerdote que se assentou à direita do trono da Majestade no céu” (Hebreus 8:1). Que bálsamo celeste! Não estou sozinho nessa caminhada, pois há Alguém poderoso que intercede por mim. Ele é poderoso, justo, digno e cheio de compaixão e amor. Sim, é poderoso, pois é da mesma essência de Deus (cf. João 10:30), que veio ao mundo mostrar o caminho da redenção e tem poder sobre a vida e a morte (cf. João 19:11); nas Suas mãos estão as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:18) e foi por Sua obediência ao Pai que Deus sujeitou todas as coisas a Ele (cf. 1Coríntios 15:27,28; Efésios 1:22; Filipenses 2:10; Hebreus 2:4-10). Esse Sumo sacerdote é Jesus Cristo, o Filho de Deus.
E o que faz um sumo sacerdote? No Antigo Testamento esse personagem tinha que entrar uma vez por ano no Santo dos Santos com o sangue do sacrifício para representar o povo de Israel e suplicar o perdão dos pecados. Entretanto, os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para algo maior e mais excelente. Jesus “[...] alcançou ministério mais excelente, quanto é mediador de uma aliança melhor, firmada sobre melhores promessas” (8:6). E aqui está a beleza do sumo sacerdócio de Jesus Cristo em nosso favor: Ele nos representa diante de Deus e nos torna aceitos pelo Pai.
Que bênção é poder confiar que Jesus Cristo “[...] o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Romanos 8:34). É ali diante do Pai que nossas fraquezas são amparadas pela graça, pois o Sumo Sacerdote foi “[...] alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado” (Hebreus 4:15). Mas isso não é tudo, pois por meio Dele podemos nos aproximar “[...] com confiança do trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” (4:16). Sim, temos alguém em quem confiar! Nossas orações não estão vagando no espaço, nossos clamores não estão fechados num tipo de “burocracia celestial” e por isso demoram de ser respondidas. O Filho de Deus tem prazer de nos ouvir e de nos representar diante do Pai.
Mas o que fazer quando somos abatidos e nos encontramos sem força? Primeiro, confesse isso diante do Senhor. Não tenha receio de orar como aquele pai que diante da enfermidade de seu filho e da palavra de Jesus que tudo era possível pela fé, foi capaz de dizer: “Imediatamente o pai do menino clamou: Eu creio! Ajuda-me na minha incredulidade” (Marcos 9:24). A fé nunca é firmada na certeza de alguma coisa que vemos, mas unicamente na invisibilidade de Deus. A fé não é demonstração de alguma compreensão racional ou fruto de alguma emoção, mas exatamente “[...] a garantia do que se espera e a prova do que não se vê” (Hebreus 11:1).
Em segundo lugar, coloque sua angústia diante de Deus e pergunte de forma corajosa: O que estou pedindo está de acordo com a Tua vontade? Ora, se temos um Sumo Sacerdote que está diante do Pai precisamos saber que Ele só fará aquilo que o Pai – a Majestade no céu – deseja. Cristo enquanto esteve na terra disse: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra da qual me encarregaste” (João 17:4). A obediência de Cristo foi uma manifestação clara de qual deve ser nosso procedimento: “Nos dias de sua vida, com grande clamor e lágrimas, Jesus ofereceu orações e súplicas àquele que podia livrá-lo da morte e, tendo sido ouvido por causa do seu temor a Deus, embora sendo Filho, aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu” (Hebreus 5:7,8).
Ora, se o Filho de Deus aprendeu a obediência por meio do sofrimento, isso implica que todos os que hão de seguir o caminho de Cristo terão que passar por isso. Mais que o sofrimento que estamos passando é o resultado final dessa prova. É preciso coragem para confrontar nossas vontades e anseios e submetê-los ao Senhor glorioso. Entretanto, é aqui que temos que entregar tudo nas mãos de Cristo e deixar que Ele nos represente diante do Pai. Somente descansando Nele encontraremos refrigério para enfrentar as dificuldades impostas pela existência.

Tenha uma boa semana em Cristo

Fraternalmente, Pr. Gilson Jr.

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