22 de julho de 2014

A COPA que se foi


Passou a Copa do Mundo e, mais uma vez ficou claro que não sabemos perder e somos falastrões, verdadeiros campeões do negativismo e somente encontramos defeitos no que possuímos.
Nenhum selecionado, até hoje, apesar do fracasso da nossa participação na competição futebolística encerrada, tem o nosso número de títulos mundiais. Para alguns comentaristas, aliás, para a maioria deles, estamos sem craques, sem treinadores e, somente capacitados são os de fora, notadamente os europeus.
Reconhecemos, e, não de hoje, que a incompetência dos dirigentes do futebol nacional é uma verdade. Desde o tempo de CBD, e eu era menino, a figura do dirigente João Havelange já era contestada. Mesmo assim, esse cidadão chegou a ser dirigente da FIFA. Após certo tempo, passou a ser uma figura criticada e, temos que admitir, sempre foi um “sabido demais”, como se diz na gíria popular. Mas, não podemos negar, que os dirigentes de hoje dessa verdadeira madrasta do futebol mundial, continuam fazendo bobagens e sendo criticados. O Ricardo Teixeira também foi e, os atuais, continuam no mesmo ritmo de incompetência.
No cenário local – Paraíba – sempre fui testemunha, quando ainda era criança e nos últimos anos como jornalista, que a imprensa nunca morreu de amores pelos dirigentes da FPF, desde Genival Leal de Menezes, passando por Juracy Pedro Gomes até Dona Rosilene, que terminou sendo destituída do cargo para dar lugar aos integrantes de uma famosa junta, mais clubística do que de verdadeiros dirigentes, que ainda nada fez pelo nosso futebol, em termos é bom que se diga de organização. As bobagens e o apoio aberto à determinada agremiação são patentes, para um clube que, nos últimos anos vem bem e não precisaria desse escancarado patrocínio.
Mas, voltando à nossa seleção, após essas considerações temos que repetir que jogadores de qualidade existem. Eles despontam naturalmente, não são fabricados por treinadores, nem por dirigentes de clubes ou entidades.
Pelé, Gerson, Rivelino, Garricha, Jairzinho, Djalma Santos, Dida, Vavá e tantos outros não foram fabricados em laboratórios. Precisamos dar condições de treinamentos aos atletas num clube? Precisamos, é claro! Para isso, no entanto, necessitamos de planejamento, pois organização nunca fez mal a ninguém. Foi o que faltou para os nossos meninos. Faltou-lhes mais tempo para treinamentos, quer técnico, quer físico. Esses dois fatores dariam, naturalmente, maior rendimento coletivo dentro de campo, não necessariamente o título, pois esse é uma contingência do jogo. Não foi Felipão que SOUBE TREINAR. Na verdade, para sermos justos, os jogadores selecionados chegaram tardiamente para o trabalho de preparação, motivo maior para o desastre do rendimento coletivo.
A seleção da Alemanha campeã e, com justiça, representa o resultado de um trabalho de vários anos, inclusive de resultados negativos, como por exemplo, uma pífia participação, com esses mesmos jogadores e treinador na última EUROCOPA, QUANDO FOI DESCLASSIFICADA ficando na última colocação.
Por fim, esses jogadores brasileiros desta Copa, são os mesmos que passaram por uma categoria de base da CBF, e, chegaram ao time titular com méritos, tanto que, foram contratados em sua maioria pelo futebol europeu. Desaprenderam? Somente jogam lá nos seus times? Claro que não. Faltou-lhes humildade e mais cuidado nos treinamentos, o que sobrou claramente na outras equipes, até na Argentina, que mesmo não jogando o seu melhor futebol contou com jogadores mais preparados e com vontade de jogar.
Não venham, pois, com esse conversa mole de treinadores de fora, de que estamos defasados, ultrapassados e sem craques. Estamos sem organização e planejamento pela incompetência de nossos dirigentes. E, temos também que acabar com essa bobagem de utilizar na maioria das convocações jogadores que atuam fora. Precisamos valorizar os que atuam aqui, aqueles que estamos vendo jogar e, treiná-los e prepara-los melhor. O resto é conversa de alguns idiotas que usam microfone e escrevem para qualquer que seja o meio pensando que são treinadores e que somente a coisa anda certa na casa do vizinho. Precisamos saber perder.        
   



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