A
descoberta de novos talentos e a busca pelo caráter questionador das
expressões artísticas são o mote da “Mostra Nordeste de Artes Visuais”,
que está em cartaz até o dia 30 de junho, no Museu Assis Chateaubriand
(MAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. A
exposição tem acesso gratuito e conta com a curadoria do professor José
Rufino. A iniciativa tem o objetivo de incentivar a circulação de
produções e aumentar o intercâmbio cultural entre artistas, público e
entidades voltadas ao setor.
De
acordo com José Rufino, o elo entre os nomes selecionados para a mostra
é um paradoxo artístico. Eles possuem em comum o fato de serem
nordestinos, ao mesmo tempo em que suas produções não se limitam às
questões regionais. “A mostra possui um direcionamento semelhante ao
ambiente globalizado em que vivemos. Comparando com as décadas
anteriores, possuímos um cenário mais prolífico graças à tecnologia
atual, que permitiu uma maior interação entre artistas, público e
pesquisadores”, destaca.
Outro critério utilizado foi o diálogo
estabelecido entre criador, obra, público e contexto no qual todos estão
inseridos. Segundo o professor Rufino, as artes visuais prestam um
serviço ao cidadão quando ela contribui na formação de um senso crítico.
“A produção de um artista precisa transcender o nosso olhar, provocar
questionamentos e nos despir de ideias pré-concebidas. Aí sim, estamos
diante de uma ação verdadeiramente transformadora”, salienta. O trabalho
de curadoria também contou com o apoio das Secretarias Estaduais de
Cultura e outras entidades da Região Nordeste voltadas ao setor.
Segundo o representante da Funarte
Nordeste, Naldinho Freire, a realização da mostra serve para reforçar a
eficácia da articulação no segmento das artes visuais. “Quando queremos
saber o que está correndo por fora do circuito, recorremos a outros
autores e nomes importantes de cada região, para que nos ponham a par
das novidades. Quando a classe se apoia numa postura colaborativa e
integrada às outras esferas, todos saem ganhando. Foi assim que
conseguimos encontrar boas surpresas que agradarão ao público e
conquistarão novos espaços”, explica Naldinho.
Para José Rufino, os três pilares que
fortalecem a produção contemporânea são: contatos, referências
artísticas e conceituais, além de uma produção constante. Estes fatores
contribuem para que novas obras cheguem aos olhares dos curadores. “As
criações precisam circular, por que arte é movimento. Neste aspecto, o
Nordeste segue a sua trajetória em alta velocidade. O que estamos
trazendo é uma chance para o público não perder de vista o que está
sendo produzido atualmente”, conclui.
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