Confesso que ensinar foi a melhor coisa
que eu encontrei na vida em termos de trabalho. Nem mesmo o rádio, a televisão
e o jornal - o jornalismo como um todo - me empolgam tanto com estar em sala de
aula, poder, não digo ensinar (quem sou eu), um pouco do que aprendi nos meus
quase 50 anos de atuação nos meios de comunicação.
Como disse, conforta-me estar
semanalmente, duas vezes por semana, na sala de aula ou nos laboratórios do
Curso de Comunicação com os meus meninos e meninas que buscam aprender as
técnicas jornalísticas.
Recentemente, numa das aulas
práticas vi a vontade deles em aprender a fazer rádio. Como é lindo observar
não apenas o empenho no fazer, no produzir, mas, principalmente, no aprender
todas as técnicas que fazem desse veículo rádio um meio de comunicação
extraordinário.
É gostoso descobrir as aptidões de cada
futuro homem ou mulher de comunicação. É aquele (a) que se revela excelente
redator, outro com um jeito enorme para pautar notícias, conhecer e descobrir
quais as fontes, outros com ideias sobre produção, outros, ainda, apaixonados
pelo microfone e, outros mais, surpreendendo com uma bonita voz, ou quando não
empolgando pelo falar e improvisar com facilidade.
São aspectos que nos deixam felizes e
certos de que, essa juventude, tem muito a oferecer no amanhã do jornalismo,
contrariando alguns colegas de que esses meninos precisam se dedicar mais aos
estudos. Aceitamos em parte as críticas que possam ser feitas à juventude de hoje,
mas, não podemos deixar de entender, que eles vivem um mundo diferente do
nosso, onde as facilidades de comunicação, onde os avanços da tecnologia lhes
oferecem perspectivas bem estranhas ao nosso tempo, tanto que nós, os mais
velhos, fomos obrigados a mudar os nossos comportamentos, as nossas atitudes,
as nossas compreensões para somente assim poder acompanhá-los. Aqueles que não agiram
assim estão fora do tempo. Precisamos acompanhar esses meninos e meninas, pois
eles vivem um momento diferenciado. Precisamos, sim, unir as nossas
experiências às facilidades e novas ideias que norteiam essas novas
cabeças.
O mundo mudou e, nós, não podemos parar.
Precisamos seguir e acompanhar as mudanças. Necessitamos entender melhor os
jovens de hoje, para também sermos entendidos. O que estou vendo na minha jovem
turma de rádio me deixa feliz e convicto de que, apesar das dificuldades e
carências do ensino universitário, essa juventude merece receber o melhor
daquilo que aprendemos e, além do mais, o nosso carinho e compreensão, pois
somente assim estaremos lhes proporcionando um futuro melhor, para um mundo
melhor.
À essa minha turma de radiojornalismo, que
tem sido partícipe desses meus momentos alegres que a sala de aula me
proporciona, os meus parabéns pelo que estão me presenteando em termos de
retorno por tudo aquilo que aprendi e que faço com muito amor no meu querido curso de
comunicação.
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