Saudades da TELPA

Gilson Souto Maior

A TELPA -Telecomunicações da Paraíba S/A, foi uma empresa que marcou a vida dos paraibanos pela competência no atendimento oferecido no dia-a-dia de seus clientes e pelo comprometimento de seus diretores e colaboradores (assim eram chamados os empregados) na prestação de um serviço de qualidade. Ela deixou, realmente, saudades, especialmente para aqueles que hoje sentem as dificuldades em realizar um simples pedido de transferência de uma linha telefônica. É difícil conversar com uma máquina, onde as perguntas gravadas e feitas ao cliente tiram-lhe a oportunidade do diálogo, da comunicação deve ocorrer, ou seja, de perguntas e respostas e não do: “se desejar isso” aperte o 1 – “se não tecle 2” – “3 para isso”, “4 aquilo”, e , por aí vai. Não existe mais aquela conversa franca, de orientação, de gente ao invés de uma máquina. Minto. Uma máquina sim, mas humana, criada por Deus, com sensibilidade, capaz de expressar simpatia, carinho, cuidado e um bom atendimento. Que saudades da TELPA!

Mas, a minha saudade da empresa para qual trabalhei boa parte de minha vida, aumentou quando, recentemente, entrevistei no programa “Memória.DOC” da TV Assembleia Legislativa, o executivo Manoel de Deus Alves, que dirigiu a empresa ocupando diversas posições. Foi competente em diversas funções. Foi diretor administrativo-financeiro e presidente de uma prestadora de serviços de telecomunicações, que sempre ocupou os primeiros lugares no ranking da TELEBRÁS, fruto de suas excelentes qualidades de atendimento e de prestação de um serviço elogiado por todos. Manoel de Deus, ao lado de Jost Van Damme, Antonio Durão, Bernardino Bandeira, Luismar Resende, Carlos Alberto Nunes, Getúlio Dias Fernandes, Gervásio Maia, Vanildo Wanderley, Aracilba Rocha, Waldir dos Santos Lima, foi, na verdade, uma cabeça pensante, sempre buscando tenazmente a “QUALIDADE”. Quem passou pelos quadros da TELPA lembra muito bem o permanente programa desenvolvido pelo setor de Recursos Humanos, na busca do aprimoramento profissional dos colaboradores da empresa. Manoel de Deus sempre esteve à frente desses treinamentos, que eram dirigidos não apenas aos integrantes mais graduados. Para ele, todos integravam “UM TIME DE QUALIDADE DA TELPA”, com a obrigação de jogar certo, isto é, ter “o cliente sempre em primeiro lugar”, Aliás, um slogan que mudou quando ele entendeu com companheiros de direção, que a busca pela qualidade transformou o dia-a-dia da empresa “EM COMUNICAÇÃO COM PRECISÃO”. Ressalte-se que os slogan’s eram escolhidos através de concurso com a participação dos próprios colaboradores.

Na minha conversa com Manoel de Deus Alves tive a oportunidade de, nas palavras de um homem inteligente, mas, de uma simplicidade pouco comum em quem dirige, conhecer e oferecer aos telespectadores, a história da telefonia paraibana, desde a ETP – Empresa Telefônica da Paraíba, passando pela TELINGRA, que foi responsável pela aquisição dos sistemas municipais então existentes, até o final da década 70.

Ele falou sobre a integração de todos os municípios do estado – na época 178 – o DDD/DDI até na área rural e rodovias, através de Postos de Serviços e TP’s (telefones públicos) e a chegada da telefonia celular, inicialmente em Campina Grande e João Pessoa e, em pouco tempo, alcançando toda Paraíba.

Foram muitas conquistas da TELPA, segundo Manoel de Deus, que num determinado momento da entrevista fez questão de ressaltar a importância de Aluísio Monteiro, como um grande nome da história das telecomunicações, numa época onde tudo era muito difícil e ausência de apoio para investimento praticamente não existia.

E o final da conversa não poderia ser diferente. Para esse grande paraibano da pequenina Caiçara, tudo o que fez com que a TELPA fosse motivo de elogios em termos administrativos e de reconhecimento nacional pelo seu padrão de qualidade, deve-se creditar aos seus colaboradores, segundo ele, “UM TIME DE QUALIDADE” e de amigos, nesquecíveis.” 

Não podemos negar que hoje vivemos um novo momento. Que o telefone pode ser adquirido com mais facilidade e que as empresas que estão no mercado aumentaram estupidamente as possibilidades de comunicação. Sem querer falar no aspecto qualidade no que hoje é oferecido pelas empresas que aí estão, afirmando:      TENHO SAUDADES DA TELPA. E VOCÊ?