31 de julho de 2015

APERTEM OS CINTOS... O PILOTO SUMIU!

Na década de 1980 a comédia “Apertem os cintos... O piloto sumiu” fez muito sucesso com um roteiro baseado num problema com os pilotos que ficaram inconscientes, criando o pânico entre os passageiros. Na ocasião estava ali um ex-combatente de guerra, Ted Striker (Robert Hays), que é forçado a assumir os controles de um avião quando a tripulação sucumbe à comida contaminada. Na ocasião, Elaine (Julie Hagerty), sua namorada, se junta a ele e assim vão tentar salvar os passageiros e terminar o voo com sucesso. Contudo existe um problema: ele é neurótico.
Gilson Souto Maior JuniorPastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Bauru-SP 

Parece que estamos vivendo algo semelhante em nosso país. A corrupção contaminou todas as esferas de poder e há um pânico no país. A presidente nada mais é que um boneco inflável, os poderes da nação sem representatividade nenhuma e pelo visto o “avião” Brasil está sem piloto, nem mesmo temos um neurótico com sua namorada no lugar. A situação é gravíssima e tende a piorar, pois os sinais apontam para uma crise não apenas econômica, mas institucional; sim, o Congresso também tem seus membros envolvidos e a briga que existe hoje parece ser em salvar a própria pele. Na sátira no final tudo dá certo, mas na realidade não vemos perspectiva alguma, pelo menos a curto e médio prazo. O que ocorre?
Segundo a Bíblia, “A arrogância antecede a destruição, e a altivez do espírito antecede a queda” (Provérbios 16:18). É exatamente isso que vemos em toda classe política do país. Não aparece ninguém para pedir desculpas à nação dos enganos, das manipulações ideológicas e do sonho que virou pesadelo para muitos brasileiros. O que vemos é a arrogância dos que dilapidaram o patrimônio público em nome de um “projeto criminoso de poder”, como bem disse o decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Ministro Celso de Mello. Contemplamos o partido do governo negar o inegável, proclamar uma ética falsa e se arvorar como vítima de forças supostamente reacionárias, quando eles mesmos representam o que há de mais retrógado, apoiando-se em ideias do século XIX e querendo imitar nações em que o comunismo apenas trouxe atraso, destruição, morte, corrupção ditadura. Essa arrogância só pode trazer destruição.
Mas não é apenas isso! Temos a arrogância daqueles que se uniram ao “projeto criminoso de poder”, pois se há corruptos, também há corruptores. E infelizmente, não foi apenas a Petrobrás que afundou, mas outras empresas públicas também foram cooptadas para o esquema. Não é a toa que o sábio afirmou: “Quando os ímpios proliferam, os crimes aumentam [...]” (Provérbios 29:16a). E vemos essa situação em nossa nação: violência desmedida, atos desumanos como o estupro das adolescentes no Piauí, tráfico de drogas, insegurança, enfim tanta desgraça que já não sabemos mais o que fazer.
Diante de um quadro nebuloso como o que vivemos necessitamos colocar nossos olhos no Senhor. Se o piloto sumiu, o SENHOR da história não perdeu o controle da situação. Como nos diz o profeta: “Daniel disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque a sabedoria e a força pertencem a ele. Ele muda os tempos e as estações; remove e estabelece os reis; é ele quem dá sabedoria aos sábios e entendimento aos que conhecem. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e a luz mora com ele” (Daniel 2:20-22). É exatamente essa esperança que precisamos ter em momentos como esse, a esperança de que, apesar das circunstâncias adversas, Deus reina.
Alguns vão me criticar, afirmando que me baseio numa utopia, que a fé é algo meramente psicológico e não faltarão aqueles que hão de me acusar de simplismo. Não me importa! A fé nunca é simplista, pelo contrário, ela é mais racional do que alguém possa imaginar. Andar pela fé, crendo que Deus está no controle pode parecer o absurdo, mas é justamente isso que nos dá segurança. Crer também é pensar e a fé verdadeira é aquela que procura entendimento. Não há respostas fáceis na vida, mas viver sempre na dúvida e na incredulidade é o mesmo que ser devorado estando vivo.
O apóstolo Paulo declarou: “[...] O conhecimento dá ocasião à arrogância, mas o amor edifica. Se alguém supõe conhecer alguma coisa, ainda não conhece até o ponto em que é necessário conhecer. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele” (1Coríntios 8:1b-3). Ou seja, se você se acha que é tão esperto e que já descobriu tudo, na verdade seu ego está inflado e é apenas um tagarela intelectual. Sócrates dizia que era o homem mais sábio de Atenas justamente porque não sabia nada. E assim também é na vida, não sabemos de tudo, não temos controle das coisas e nem das circunstâncias. Diante da realidade somos míopes e vemos apenas um instante chamado “agora”.
Desse modo, numa crise que se agiganta a cada dia, precisamos saber onde vamos confiar: em nosso próprio conceito e nas pressuposições humanas, passageiras e irreais ou em Deus, que conhece tudo – inclusive a nós – e sabe como está dirigindo a história. A opção pela fé em Deus não é uma fuga, uma quimera, mas a única certeza que tenho para viver um dia de cada vez, amando-O sobre todas as coisas e amando ao meu próximo como a mim mesmo. Crer em Deus é ir além das expectativas meramente humanas, é olhar na justiça que não falha e que colocará um dia todas as coisas no seu devido lugar.

Se o piloto sumiu, minha confiança nunca esteve nele, mas em Deus que nos conduz com segurança. Honestamente não sei de tudo, não tenho controle de tudo e quanto mais leio e aprendo, mais reconheço que nada sei. Como nos diz o sábio: “Como dente quebrado e pé deslocado, assim é confiar no homem desleal no dia da angústia” (Provérbios 25:19). Diante das opções humanas, é melhor dizer como o profeta: “Deus é a minha salvação. Confiarei e não temerei, porque o SENHOR Deus é a minha força e o meu cântico; ele é a minha salvação” (Isaías 12:2).

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