7 de fevereiro de 2015

HÁ UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL?

Vivemos numa época difícil, onde o terror, a angústia, a solidão, a tristeza, o medo e o desespero assustam a raça humana. Quando olhamos a nossa sociedade vemos que há algo errado, pois o ser humano perdeu totalmente o valor da vida e da existência; as pessoas amam as coisas e usam as pessoas, onde as relações humanas estão cada vez mais virtuais e menos reais. As pessoas não conversam sem um smartphone na mão, e assim, já não há mais olho no olho, apenas dedos rápidos que teclam ao léu.

Gilson Souto Maior Junior,
Pastor Sênior da Igreja Batista do Estoril
Bauru – São Paulo
É uma época assombrosa, pois as pessoas morrem nos corredores dos hospitais – onde elas deveriam ser tratadas – e não nos indignamos mais. Cabeças são cortadas literalmente do outro lado do mundo e ficamos perplexos, mas milhares morrem assassinados aqui e não sentimos o mínimo de aversão. A miséria e a pobreza assolam o planeta, mas continuamos consumindo e sendo consumidos por um pensamento que nos diz que precisamos de coisas que jamais usaremos, de necessidades artificiais que nos são colocadas como se isso definisse o que somos. Hoje possuímos ar condicionado em casa, mas não podemos ligá-los, pois não temos luz suficiente; e se há luz, ela é cara. Hoje podemos mobiliar nossas residências com o que há de melhor, mas corremos o risco da falta de água. Sim, há algo de errado no ser humano, pois ele vive aquilo que Cornelius Castoriadis disse há 40 anos, a sociedade humana vive a pseudorracionalidade arbitrária e sem nenhuma razão, onde “[...] o mundo moderno é atormentado por um delírio sistemático” (CASTORIADIS, 1975, p.188).
Há luz no fim do túnel? Sim, mas o ser humano não a deseja, pois essa luz expõe o que há de pior em nós. Ela revela que somos pecadores, ingratos, insanos, orgulhosos, invejosos e arrogantes. Essa luz mostra com clareza a depravação do gênero humano que não é curada pela educação, pela melhoria das condições socioeconômicas e muito menos pela ideia de que o ser humano é bom em sua gênese. Essa luz revela que “Eu nasci em iniquidade, e em pecado minha mãe me concebeu” (Salmo 51:5), de modo que todos nós nascemos nessa condição de rebeldia e inimizade contra o Criador. Somos pecadores não porque fizemos algo, mas porque nascemos nessa condição e assim essa natureza pecaminosa age em nós e se expressas nas atitudes que vemos todos os dias: rebeldia, orgulho, traição, cobiça, maldade, corrupção, insensibilidade, violência, preconceito, intolerância e tantas outras formas.
Sim, a luz no fim do túnel já veio e se revelou ao ser humano: “A vida estava nele e era a luz dos homens” (João 1:4). Essa luz é um ser pessoal e não uma força cósmica, uma energia etérea, um tipo de espírito iluminado. Essas concepções são humanas e nada falam acerca Dele. A Escritura diz: “Pois a verdadeira luz, que ilumina a todo homem, estava chegando ao mundo. O Verbo estava no mundo, e este foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João:1:9-11). A luz é também o Verbo (do grego logos); essa luz já veio uma vez na pessoa histórica e real de Jesus Cristo. Ele estava na criação com Deus, sendo Ele também criador de todas as coisas. Mas perceba que João nos mostra que tanto o mundo como seu próprio povo o rejeitaram. Por quê? “Porque todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam expostas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (João 3:20,21).
Sim, Jesus Cristo é a luz verdadeira. Ele disse: “[...] Eu sou a luz do mundo; quem me seguir jamais andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12; cf. 9:5). Essa é a diferença de seguir a Jesus Cristo e ter uma religião; alguém pode ser extremamente religioso, fazer boas obras e ainda assim permanecer nas trevas. Por quê? Porque a religião não salva ninguém, ela não aponta nem nos leva a Deus, pois ela se define através de atos e concepções humanas numa tentativa de o ser humano justificar a si mesmo. A religião é a tentativa do ser humano criar Deus segundo a sua imagem e semelhança.
Andar com Jesus Cristo implica em relacionamento pessoal. Ele disse: “Eu vim como luz ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12:46). Permanecer nas trevas é continuar nesse delírio sistemático que domina o mundo; é permanecer escravo dos valores consumistas, do pecado de ser mais do que os outros. Permanecer nas trevas é continuar vivendo no “olho por olho”, no orgulho de ser o que não é e de viver na agonia de ter e não ser. Jesus veio para nos libertar dessa concepção caótica que o pecado criou em nossa sociedade. Jesus não veio para ser um mártir da paz, um exemplo para os seres humanos, um injustiçado que representa os oprimidos da terra. Fuja dessas concepções medíocres e que não apontam para a verdade.
Jesus Cristo veio para morrer pelos nossos pecados, para nos ressuscitar e assim desfrutarmos de uma nova dimensão relacional com o Deus. Ele veio para iluminar nossas trevas e mostrar o quanto somos carentes da glória do Criador; Ele na cruz pagou o preço por nossos pecados e todo aquele que Nele crê não apenas recebe o perdão, mas também é justificado pela fé diante de Deus, tornando-se assim um filho Dele: “Mas a todos que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus” (João 1:12).

Há luz no fim do túnel? Sim, e ela está disponível a qualquer pessoa em qualquer lugar. Basta arrepender-se de seus pecados e crer na obra redentora da cruz. Convide-O a entrar em seu coração; não rejeite a luz, mesmo que Ele lhe mostre a feiura de seu coração. Ao mesmo tempo em que ela ilumina e mostra o que somos a luz de Cristo também nos aponta para a restauração e nos ajuda a viver num mundo mergulhado nas trevas. Essa é a única luz verdadeira e inesgotável!

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